
O Sporting Clube de Portugal está a ferro e fogo. A última gota que fez transbordar o oceano foi a derrota frente ao Marítimo, que atirou os leões para o 3.º lugar do campeonato e para fora da Liga dos Campeões, que vale cerca de 50 milhões de euros.
Na segunda-feira, dia 14, Bruno de Carvalho, de 46 anos de idade, esteve reunido com o treinador Jorge Jesus. Foi noticiada a suspensão do técnico de Alvalade, a menos de uma semana do final da Taça de Portugal, entre o Sporting e o Clube das Aves.
Na tarde desta terça-feira as ameaças passaram aos actos e um grupo de 40 a 50 adeptos encapuzados entraram na Academia do Sporting, em Alcochete, e espalhou o caos, com Bas Dost a ser a vítima mais grave, com 2 golpes profundos na cabeça e a ficar fora da final de domingo, dia 20, no Jamor.
ACUSAÇÕES DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Desde a 1.ª hora, Bruno de Carvalho tem estado no olho do furacão. Já no iníco do ano, em fevereiro, o presidente leonino abandonou a Assembleia-Geral do clube e ameaçou demitir-se depois de forte contestação por parte de um grupo de sócios, face à intenção de alterações aos estatutos do clube e regulamento disciplinar.
Bruno de Carvalho tem sido um dirigente combativo, utilizando as redes sociais para lançar provocações e denunciar casos que considera serem prejudiacias para o clube.
Muito desta guerra de palavras tem-se transformado em acusações, algumas delas bastante graves. Em setembro do ano passado, o dirigente leonino veio denunciar aquilo que considerou estar "a atingir os limites dos limites", ao ser acusado de violência doméstica.
"No último mês, a polícia já foi 3 vezes a minha casa a altas horas da noite, por telefonemas anónimos, de barulho a violência doméstica. Antes de ser presidente do Sporting, sou filho, pai e marido e estou a ser permanentemente incomodado com estas situações ridículas. Alguém terá de pagar", denunciou, na altura, o presidente do clube de Alvalade.
Também a ex-mulher, Cláudia dias Gomes, tinha vindo a público, através das redes sociais, dar a entender que Bruno de Carvalho era um pai ausente, 6 meses depois do fim do casamento, quando Bruno já estava noivo com Joana Ornelas – casaram a 1 de julho –, com quem já foi pai de uma menina, Leonor, nascida no início de abril.
A DROGA
Entre as muitas acusações de que é vítima nas redes sociais, a droga é um tema recorrente. O próprio diretor de comunicação do Sporting, Nuno Saraiva, salientou o assunto num comunicado emitido em abril, onde se incluia o "uso de drogas" e a "denúnicias anónimas sobre crimes de pedofilia".
"Chamo ainda atenção de que chegou ao nosso conhecimento que há jornais sensacionalistas que estão a preparar trabalhos de facção e, para isso, andam a contactar psiquiatras e psicólogos no sentido de se fazerem insinuações sobre o estado emocional do Presidente do Sporting Clube de Portugal, dar eco às calúnias sobre uso de drogas e denúncias anónimas sobre crimes de pedofilia. Hoje, como tem sido sempre, vai valer tudo!", leu-se na publicação de Saraiva.
O próprio Bruno de Carvalho referiu-se a essas acusações durante um longo discurso aos sócios, em fevereiro. "O homem faz um post gigantesco a chamar-me drogado", disse o presidente leonino referindo-se a Ricardo Agostinho.
Também o estado de saúde de Bruno de Carvalho tem sido tema de conversas, acusações e pedidos de demissão.
A DEPRESSÃO
"Bruno de Carvalho só pode estar doente, com um desequilíbrio profundo, e deve colocar o lugar à disposição de imediato. Ele precisa urgentemente de ser tratado, precisa de abandonar, já chega. Fez muito pelo Sporting, mas está a afundar um clube com história e títulos. Por este andar, estamos em vias de extinção com pessoas como este senhor", acusou Dionísio Castro, antigo atleta leonino, em abril.
Também o antigo vice-presidente do clube, Abílio Fernandes, fez as mesmas alegações, em declarações à 'Bola': "Sou uma pessoa que não mudo de cara. Confiei no Bruno de Carvalho, acho que foi um homem essencial no período de má memória que o Sporting atravessou, mas não aprovo, nem entendo, estas últimas atitudes. Acho que, nesta altura, Bruno de Carvalho deve fazer uma reflexão muito grande, analisar os prós e os contras e colocar o lugar à disposição.
Acho que Bruno de Carvalho tem problemas de saúde graves, acho que está com uma depressão. Do meu ponto de vista, se fosse eu o presidente do clube, provavelmente abandonaria durante três ou quatro meses, até ao conselho do médio. Um afastamento provisório era o melhor caminho."