
Tem 54 anos e é uma das atrizes mais reconhecidas de Portugal. Durante muitos anfos foi protagonista de novelas, agora diz que quer dedicar-se mais a séries e a telefilmes. Margarida Marinho dá uma entrevista à 'TV Guia' onde revela que nunca fez nenhuma plástica mas garante que se sente sexy e sedutora. Leia alguns dos principais excertos das palavras da atriz, que pode ler na totalidade na revista 'TV Guia', já nas bancas.
Esteve na ribalta, durante anos, e desapareceu subitamente…
Fui-me embora, mas não sai do país...
Estava cansada de fazer novelas?
Não, estava cansada do processo. Estava cansada de estar continuamente no pequeno ecrã e de ultrapassar sempre os 120 episódios. Isso foi um ponto assente. Acho que, mais do que os 120 episódios, é um esforço inglório numa produção, porque não acompanha a pujança da escrita, da equipa, dos realizadores, actores e técnicos.
O que é que a atraiu em 'Vidago Palace'?
O formato, a narrativa... tudo. E o texto está muito bem construído. Depois, havia uma disponibilidade de todos para este trabalho.
Agradou-lhe que a produção fosse toda no local, no próprio 'Vidago Palace'?
Sim, o desafio de ter que deixar Lisboa, deixar o meu tempo, o meu enquadramento do século XXI e regressar a um tempo que não conhecia, mas que o cenário nos obrigava a consumir todos os dias foi excelente. Chegámos a dormir no quarto onde foram feitas as gravações. Estivemos na época durante 24 horas por dia.
Preparou-se para fazer de uma espécie de Carmen Miranda como?
Com tudo o que havia na Internet. E olhem que é muito.
MÃE PROTECTORA
Foi difícil ir para longe, deixando em Lisboa a família, em especial a sua filha, Carlota?
Tive a sorte da minha filha poder acompanhar uns dias de gravações, porque o Liceu Francês estava fechado. Ela esteve lá. Adorou! E foi a nossa mascote durante algum tempo. Ela, só de olhar para a Anabela [Teixeira], para o Pedro [Barroso]... Ai, o Pedro Barroso [risos], foi uma sorte danada que ela teve.
É uma mãe muito dedicada?
Se sou mãe-galinha? Talvez, não sei. Depende do conceito. Sou uma mãe protectora às vezes, e outras não. Tenho consciência de libertar o pinto que ela é. Vivo a tactear o registo.
Entretanto, ficou com mais tempo livre. O que faz agora?
Escrevi um romance infanto-juvenil.
Dedicado à sua filha?
Não, dedicado a todas as crianças.
Ela tem veia artística?
Ela tem uma energia muito própria que está ligada às artes. Agora, o que vai ser, não tenho a mínima ideia.
Falou da sua filha. Mas tem um filho, Manel, mais velho…
Tem 23 anos.
Teme que ele saia de casa?
Já saiu!
Custou-lhe?
Não, mas janta comigo com regularidade, lá em casa. É um tempo bom! Ele é uma pessoa inteligente, culta, mas que já está no seu caminho para ter a sua própria voz. Tem a opinião formada, adora esta ligação dos pais à arte. E é giro ver isso.
Mas é uma mãe…
… que telefona, que quer saber coisas. Menos, recentemente [risos]. Teve que ser!
PAIXÕES, FAMíLIA e RELIGIÃO
É verdade que está apaixonada?
Ora bem, digamos que é um tema que não vou abordar. Estou é grata à vida, por essa parte do qual eu me nego a entrar em detalhes.
O amor então é para…
A minha família! Porque eu sou eles e eles sou eu. Gosto muito de ser mãe.
São muito ligados?
Sim, mesmo quando nos desencontramos nas opiniões, há uma ligação que é ilógica, mas que tem um afecto muito forte. Não me consigo desligar deles.
SEXY E SEM DRAMAS COM A IDADE
Fez 54 anos em Janeiro. Incomoda-a ver a idade a avançar?
Incomoda-me continuar a ter a mesma energia e vermos que a nossa mecânica não acompanha a nossa cabeça. O corpo engasga-se.
Mas preocupa-a ter 54 anos e a sua filha ter apenas oito?
Nada. Tenho uma facilidade, porque trabalhei do ponto de vista espiritual, em olhar para o presente e não para o futuro.
Quer dizer, este número não a assusta?
Para já, não. O que me preocupam são as taxas e os impostos. Estes, os meus anos, ainda não me preocupam.
Sente-se sexy?
Então não [faz um gesto de diva]! Claro que sim. Ser sexy faz parte do ser feminina.
Como é que se mantém em forma?
[Risos] Por causa dos 54, tenho algum cuidado. Descobri médicos que têm muito a ver com isto do antienvelhecimento e, por isso, mudei a alimentação, embora ainda coma bastante [risos]. E gosto imenso de cozinhar. Mas sou mais selectiva, e voltei a ter consciência de que o exercício físico é necessário, porque corpo e mente precisam de estar em sintonia.