
Mais de um milhão de portugueses acompanharam a atuação de Salvador Sobral, um número inédito sendo que longe estavam os tempos áureos do Festival da Canção RTP, que celebrizou nomes como Simone de Oliveira, António Calvário, Paulo de Carvalho, Fernando Tordo ou Tonicha.
O jovem de 27 anos conseguiu voltar a prender os espectadores ao ecrã para verem o festival. E, ao fim de sete anos, em Kiev, conseguiu também apurar a canção que representa Portugal, o tema 'Amar pelos Dois', para a final da Eurovisão. A sua forma singular de cantar, os gestos, e sobretudo a voz límpida levaram-no a ser um dos principais candidatos à vitória, na Ucrânia.
PREPARADO E SEM MEDO DA MORTE
Salvador Sobral espera, a qualquer momento, por um transplante cardíaco. Algo que gera preocupação e compaixão entre os admiradores do jovem. O cantor está ciente do risco de vida que corre. Em declarações ao site FLASH!, um familiar esclareceu que Salvador terá de receber um coração novo, no prazo limite de um ano. Ele conforma-se com o que para ele estiver reservado. "Se morrer amanhã, morro feliz. Estou tranquilo comigo próprio para o que der e vier", afirmou no programa 'Alta Definição'. "Se acontecer alguma coisa amanhã... fiz tudo o que queria fazer."
MÉDICO ACOMPANHA-O EM KIEV
Entre a comitiva portuguesa em Kiev está presente um médico "apenas por segurança e conforto", explica fonte da RTP. Salvador Sobral tem que controlar a ansiedade e o cansaço e, nos últimos dias, segundo a mesma fonte, já deu mais de 30 entrevistas a meios de comunicação de vários países. Na Internet, é também um fenónemo. A sua música foi a mais pesquisada e a sua interpretação a mais vista.
Salvador apoia-se numa grande fé e mostra o seu lado mais solidário. Durante a conferência de imprensa, vestiu uma camisola com a frase "SOS Refugees", num apelo ao apoio para com todos os que fogem da morte, no Médio Oriente.
FÉ EM DEUS ANIMA-O TODOS OS DIAS
Salvador Sobral, que teve uma educação religiosa, no colégio Salesianos, de Lisboa, é crente. E a doença fê-lo encarar a vida de modo diferente. Acredita que irá ultrapassar este problema e valoriza os pequenos momentos de todos os dias. "Esta doença que tenho é um problema pequenino e, na verdade, será o único que tenho na minha vida. Mesmo que não resolúvel totalmente, é possível lidar com ele", diz, com esperança. "Sinto-me verdadeiramente feliz, porque se há um dia em que acordo e estou a sentir-me plenamente bem, consigo respirar bem, estou bem, já ganhei o dia. A partir daí, só podem acontecer coisas boas! Temos de deixar ver o que a vida nos pode trazer", afirma, com a aceitação própria de quem se apoia na fé em Deus.
Leia toda a história na TVGuia nas bancas esta sexta-feira.