O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem (TEDH) condenou o Estado português a pagar uma indemnização de 13 mil euros a José Carlos Soares Campos, pai de Tiago Santos, uma das seis vítimas da tragédia do Meco. O jovem de 21 anos morreu durante uma praxe na referida praia, a 14 de dezembro de 2013.
De acordo com o TEDH, a investigação foi "ineficaz", começou demasiado tarde e as autoridades não protegeram a integridade das provas. São apontadas várias "medidas urgentes" que deviam ter sido tomadas na investigação, aberta um dia depois da morte de Tiago Santos, e não o foram.
Segundo a
'Sábado', o Tribunal lamenta que a casa onde as vítimas ficaram alojadas não tenha sido fechada, de forma a impedir o acesso de pessoas não ligadas à investigação. A 9 de janeiro, a casa foi limpa.
"O Tribunal ficou particularmente chocado pelo facto de que J. G. [João Gouveia, o único sobrevivente da tragédia e dux] e os seus parentes, as famílias das vítimas e terceiros tenham tido acesso não restrito à casa", lê-se no comunicado de imprensa do TEDH.
Apesar de a tragédia se ter dado a 14 de dezembro de 2013,
o exame forense à casa só aconteceu a 11 de fevereiro de 2014. "Os items na casa e na praia do Meco potencialmente continham informação importante e sensível relacionada com as pessoas em causa", lê-se.
Na madrugada de 15 de dezembro de 2013,
sete jovens que estudavam na Universidade Lusófona foram arrastados por uma onda na praia do Meco. Só João Gouveia sobreviveu. Os sete estudantes da Universidade Lusófona estariam sentados numa espécie de meia-lua, ainda longe das ondas na praia do Moinho de Baixo, no Meco. Teriam a capa traçada e conversavam.
O Estado português foi condenado a pagar €13 mil ao pai de Tiago Santos, e ainda €7.118,51 por custos e gastos.