
Chegou a Havana aos 19 anos, num navio comandado pelo seu pai. Fidel de Castro e Ernesto "Che" Guevara, líderes da Revolução Cubana, tinham conseguido destituir Fulgêncio Batista e lideravam a ilha caribenha. Quando o navio atracou em Havana, "uns homens barbudos e vestidos com uniformes caqui" quiseram subir a bordo, conta Marita Lorenz, autora da autobiografia ‘Fui a Espia que Amou o Comandante’, onde dá conta dos oito meses que foi amante de Fidel, entre março e novembro de 1959.
PAIXÃO NO QUARTO AO LADO DO DE "CHE"
Fidel Castro não conseguia tirar a "Alemanita" – como lhe chamava – dos pensamentos. Mandou um avião ir buscá-la, aos Estados Unidos, apenas três dias após a partida da jovem que haveria de se tornar espia, pouco depois, e no rescaldo de um episódio dramático desta paixão. Marita e Fidel consumavam a paixão em que ardiam no quarto 2048 do Hotel Hilton, em Havana.
Nos quartos vizinhos, dormiam "Che" Guevara e Raul Castro, o irmão do líder cubano que herdou o poder, em 2008, devido ao debilitado estado de saúde de Fidel. Marita engravidou. Conta que lhe deram um copo de leite e, a partir daí, só se lembra de ter acordado num hospital, já em Manhattan. Estava fraca e o médico explicou-lhe que lhe tinham provocado o parto. Revoltou-se. Foi contactada pela CIA para levar a cabo a missão ‘Operação 40’, que tinha como objetivo assassinar Fidel.
Assim que chegou a Havana, em 1961, encontrou-se com o antigo amante no quarto 2048. Não teve coragem para matá-lo, apesar de Fidel saber que ela tinha essa missão. "Nunca esquecerei esse momento. Deu-me a arma dele para a mão e disse-me: mata-me". No livro garante: "Não quis matá-lo e orgulho-me disso". Acabou por conhecer o filho, Andrès Vázquez, 20 anos após este episódio.
NA CAMA COM O INIMIGO DE FIDEL
O antigo líder venezuelano Marcos Pérez Jiménez, foi uma das "vítimas" da Revolução Cubana e odiava Fidel Castro. Quando conheceu Marita, resolveu seduzi-la. Além de conseguir informações sobre o inimigo, ainda levou para a cama a mulher que Fidel também amou.
"Os ditadores são muito bons na cama", afiança a antiga espia, que hoje, aos 77 anos, vive de subsídios estatais, num minúsculo apartamento decadente, em Queens, Nova Iorque. Desta relação com Marcos Pérez Jiménez nasceu Monica. Porém, a mãe continua a amar o líder revolucionário: "Amo Fidel e todas as recordações que tenho dele".
A "MATA HARI" DA CIA
Marita Lorenz era uma mulher atraente,com o estilo de diva dos anos 50. "O sexo é uma arma e eu usei-a. Mas fazia-os esforçarem-se", confessa, no livro publicado em 2001, a propósito da sua relação com Fidel Castro. Espia ao serviço da CIA e do FBI, tinha o cognome "Mata Hari", devido ao poder de sedução.