
O Presidente da República mantém-se em isolamento e aguarda a realização de um teste confirmativo depois de um teste PCR positivo e um outro negativo, levado a cabo pelo Instituto Ricardo Jorge, revela o site da Presidência da República. Esta reviravolta pode implicar um falso positivo.
Na mesma nota pode ler-se que o Presidente da República vai assistir, por videoconferência, à reunião desta manhã no Infarmed.
"Tendo o Presidente da República testado negativo ontem, e apesar do teste antigénio de hoje ser negativo, soube-se agora, às 21h40, que o teste PCR deu positivo. O Presidente da República, que está assintomático, comunicou ao Presidente da Assembleia da República, ao Primeiro-Ministro e à Ministra da Saúde e, encontrando-se a trabalhar em Belém, aí ficou e ficará em isolamento profilático na zona residencial, aguardando o inquérito epidemiológico", podia ler-se na nota desta segunda-feira à noite onde se confirmava o teste positivo.
O Presidente da República, que já estava com precauções extra devido a um contacto recente com um assessor infetado, recebeu no Palácio de Belém uma comitiva do PSD, que incluiu o autarca de Ovar Salvador Malheiro, igualmente infetado.
Ao longo dos últimos dias, o Presidente da República esteve presente em vários debates televisivos com os candidatos à Presidência: Ana Gomes, Marisa Matias, João Ferreira, André Ventura, Tiago Mayan Gonçalves e Vitorino Silva. Todos os candidatos aguardam informações para saber se ficam em isolamento ou podem retomar a campanha.
O que é um falso positivo
Os testes utilizados para detetar a presença da covid-19 no organismo amplificam o material genético deste coronavírus para o detetar mais facilmente. Isto pode implicar a amplificação de material genético de um vírus já morto e que pode demorar vários meses a desaparecer do organismo de uma pessoa dada como recuperada.
O médico sul-coreano Oh Myoung-don explicava em abril que os testes não diferenciam se o vírus está ativo ou não, o que pode levar a que surja um teste que seja um falso positivo.
Ou seja, pode haver a possibilidade de o Presidente já ter estado infectado previamente, mesmo sem saber.
Comparativamente com os testes de diagnóstico PCR, que têm sido vulgarmente utilizados em laboratório para detetar material genético do vírus, os testes de antigénio têm uma sensibilidade inferior, podendo gerar, segundo um estudo publicado na revista científica Nature, mais "falsos positivos".
No reverso, os testes de PCR, apesar de "altamente precisos", têm de ser realizados em laboratórios e requerem pessoal e equipamento especializado, tornando o diagnóstico de casos e o rastreamento de contactos mais complicado.