
Quase um ano depois de ter aberto o livro trágico da sua infância com Daniel Oliveira, o ator Luís Aleluia regressa à televisão para falar dos anos dramáticos da infância, em que sofreu maus tratos e abusos às mãos do padrasto e acabou retirado da mãe para ser institucionalizado na Casa do Gaiato.
O eterno 'Menino Tonecas' é o próximo convidado de Fátima Lopes, no 'Conta-me Como És', sábado, 26. Aleluia volta a fazer a viagem dolorosa ao passado, para recordar dias extremamente difíceis, de miséria e pobreza.
Mas a história do ator, de 58 anos de idade, – que recentemente viveu um problema grave de saúde, internado de urgência com uma diverticulite aguda – é bem mais dramática, com episódios de grande violência
"Eu vivia num agregado familiar em que se passava alguma violência doméstica. Fui vítima de violência doméstica até pelos menos aos nove [por parte do padrasto]. O meu pai nunca soube. Como estava doente, para não o incomodar, eu era quase proibido de contar para que não houvesse conflitos, para o defender um pouco. Eu e a minha mãe fomos vítimas dessa violência por causa do vinho, do futebol…", desabafou Luís Aleluia a Daniel Oliveira.
"Ele trancava a porta de casa mas por dentro, com a chave metida na fechadura, para depois não podermos tirar. Lembro-me com 7, 8 anos, subir pelo telhado e depois tirava a chave por dentro. São coisas que uma criança nem deve passar, nem deve viver porque isso vai-lhe marcar a vida toda", lamentou o ator, visivelmente emocionado.
Com 9 anos, Luís Aleluia foi institucionalizado na Casa do Gaiato e aí viveu até completar 16 anos. Só assim conseguiu fugir da violência física e psicoógica às mãos do padrasto. "Perdia o Vitória [de Setúbal, cidade onde nasceu] e levávamos pancada, ganhava o Vitória e levávamos pancada", recordou o ator.