Pôr ministros na televisão, arranjar oportunidade para os governantes darem informação relevante, é sempre um dos maiores desafios do poder democrático.
O programa que a SIC recuperou para domingo à noite tem um mérito único e inigualável. Traz de volta para a televisão portuguesa o conceito de puro entretenimento.
O setor da televisão enfrenta um desafio enorme com a guerra na Ucrânia. Por um lado, ao nível das despesas. Se um dos concorrentes privados, no caso a TVI, continuar a investir sem freio nem critério, isso obrigará os concorrentes diretos a fazerem o mesmo, desequilibrando orçamentos, como aconteceu no ano passado.
O grande vencedor do ano na área da informação entre os canais generalistas é Ricardo Costa. Os dois jornais da SIC lideram com grande vantagem, são os preferidos dos portugueses, e conseguiram responder a todos os desafios de 2022 com qualidade.
O acontecimento do ano é, sem dúvida, a crise da RTP. A televisão do Estado ronda a casa dos 10% de share, ou seja, o serviço público está sem público.
A chuva que caiu com intensidade durante algumas horas, quarta-feira à noite, foi um daqueles eventos que congrega em redor da televisão o melhor que a televisão tem para oferecer: informação útil, que ajuda os espectadores na sua vida regular.
Todos os que previram a morte da televisão generalista têm nas transmissões futebolísticas um poderoso adversário. Só os jogos de futebol são suscetíveis de juntar em frente ao ecrã, de uma forma irrepetível, as várias gerações que se cruzam numa família.
A exibição, na RTP1, dos dois episódios em que estava organizado o documento registou ótimos resultados, mesmo sendo em dias posteriores à divulgação global de todo o conteúdo.
Está emocionante o duelo entre SIC e TVI pela vitória no mês de novembro. A SIC, se ganhar, conseguirá fazê-lo mesmo contra toda a lógica. Já a TVI, se ganhar corta uma sequência de quase quatro anos sempre a perder.
Depois de lhe ser apontado um silêncio ensurdecedor sobre a RTP e a comunicação social, o ministro da Cultura, que tutela estas duas áreas, decidiu nomear um grupo de trabalho para estudar o futuro do serviço público, a quem caberá a elaboração de um chamado "livro branco" sobre a matéria.