
Está emocionante o duelo entre SIC e TVI pela vitória no mês de novembro. Escrevo a meio do mês, numa altura em que apenas uma décima separa os dois canais na média mensal, com ligeiríssima vantagem para a TVI: a estação de Queluz de Baixo leva 15,7%, enquanto a SIC tem 15,6%. Ou seja, não podia estar mais renhida a competição pela liderança. Na verdade, triunfar na média mensal pode não ser assim tão relevante: haja o que houver, a vitória no ano de 2022 está assegurada pela SIC há muitos meses. Trata-se, sobretudo, de um sinal que as duas estações podem dar ao mercado: a SIC, se ganhar, conseguirá fazê-lo mesmo contra toda a lógica. Já a TVI, se ganhar corta uma sequência de quase quatro anos sempre a perder. Quer num caso, quer no outro, o mês pode servir como uma espécie de doping emocional, a motivação para arrancar rumo ao domínio do mercado, porque a liderança dá um prémio, irracional mas real, a quem a consegue atingir.
Até ao fim do mês, o duelo vai ser definido por três fatores principais: em primeiro lugar, a TVI recupera e ganha muitas vezes, mas por vezes claudica sem grande razão. Há, por isso, um problema de consistência na oferta do canal, seja devido à informação, seja por outro motivo qualquer. Em segundo lugar, o 'Big Brother' pode dar avanço significativo à TVI aos fins de semana, desequilibrando o jogo – a solução do passado domingo, construída pela SIC em redor de Araújo Pereira, precisa de ser replicada, e melhorada, para que a estação de Paço de Arcos tenha possibilidade de sucesso.
Finalmente, há duas grandes incógnitas: a TVI tem, por sorte do sorteio, um jogo de Portugal e outro do Brasil ainda em novembro. Mas são ambos a meio da tarde. Saber qual o efeito de jogos do mundial de futebol, em pleno mês de novembro, e ainda por cima a meio da tarde, é uma incógnita total. Não há precedente. Mas os jogos podem ser decisivos. Veremos se para a TVI, se para a SIC.
INFORMAÇÃO - MUNDIAL
Vai ser um enorme desafio, a cobertura do Mundial de futebol no Qatar. Desta vez, o evento não vai, seguramente, proporcionar o mesmo tipo de reportagens que costuma proporcionar quando ocorre no Ocidente. A vergonha que começa a manchar a FIFA por esta escolha vai prolongar-se até ao fim da competição. Veremos quem são os jogadores heróis, se alguns, que vão protestar contra a realização do Mundial num país que vive nas trevas da civilização, e que esconde milhares de mortos durante as obras de construção dos estádios faraónicos. Será também um desafio para os enviados especiais da televisões portuguesas, que avaliaremos aqui, semanalmente.
PROGRAMAÇÃO - PERIGO! REPETIÇÕES
Um programa especial a partir do Porto merecia particular cuidado. Mas o 'Isto é Gozar…' deste domingo, feito no Coliseu da Invicta, entrou no ar com problemas de áudio. O resultado deixou a desejar, até por erro de conceção – ocupar todo o horário nobre com repetições não resultou. Começar às 21:44 e levar as repetições para lá da meia-noite desgasta o prestígio do programa, a qualidade do que foi para o ar, e também a viabilidade futura do formato apresentado por RAP. O especial 'Araújo Pereira' com roupa velha teve meros 12% de share, e perdeu largamente para o 'Big Brother', comprometendo o que estava a ser, até aí, um bom domingo para a SIC, e eventualmente proporcionando à TVI a primeira vitória mensal após mais de 40 meses a perder.
SOBE - DIOGO LUÍSUm bom comentador de futebol, revelado na Bola TV e que agora faz o horário nobre dos programas de desporto do canal CNN, cujo tempo em antena e importância está a aumentar, e bem.
SOBE - JOÃO MOLEIRA
É um pivô que fez todo o percurso na SIC Notícias, e que foi entretanto repescado para apresentar jornais na SIC generalista. A sua sobriedade formal não compromete, e assegura a liderança fácil da informação da SIC ao fim de semana.
SOBE - MARCO PAULO
Quando há crise no fim de semana, a SIC estica o programa de Marco Paulo, e os portugueses retribuem. Um fenómeno, também na televisão.