
O FC Porto devia agradecer ao jornalista Tiago Peres Costa, da Sport TV, a oportunidade proporcionada ao jogador Taremi para explicar, pela primeira vez, o que aconteceu no lance em que foi expulso em Madrid, num jogo a contar para a Liga dos Campeões.
Nesse dia, o árbitro brindou o jogador iraniano com um cartão vermelho por alegada simulação num lance na área, e dessa forma criou tais dificuldades à equipa portuguesa que o Porto acabou por perder o jogo. O debate sobre as supostas simulações do ponta de lança iraniano são um dos temas do ano para o futebol português, e o episódio em Madrid só acentuou a maledicência.
Todos os leitores, seguramente, já terão visto uma enorme quantidade de piadas sobre o tema que circulam na Internet e via SMS. Ora, o assunto que mais horas de debate originou nos últimos meses em Portugal jamais tinha contado com uma contribuição absolutamente decisiva: a do próprio visado pelas críticas. Pois bem. Sábado, no final do jogo, um jornalista da Sport TV perguntou, num inglês que não era perfeito, e Taremi respondeu, num inglês que também deixava a desejar.
Em traços gerais, porém, ficou dito o essencial: o cidadão iraniano explicou que o seu pé esquerdo estava no chão, e que o pé direito ia jogar a bola, no exato momento em que há um contacto que o derruba. Há penálti, não há simulação, palavra de atacante agressivo em campo. Assim que o disse, Taremi retirou-se da entrevista, alegadamente puxado por um funcionário do clube que merece ser despedido porque afastou o jogador de uma explicação que lhe estava a correr bem, e que poderia virar a opinião pública a seu favor.
O jornalista fez o seu trabalho, e merece elogios, o jogador explicou-se muito bem, e merece o aplauso. Tudo o que aconteceu depois é sinal da miopia de analistas, dirigentes e instituições que nem sempre prezam a democracia.
INFORMAÇÃO - ENTREVISTA A COSTA
A presença do primeiro-ministro na TVI aconteceu num momento de alta curiosidade sobre as explicações que o chefe do Governo poderia dar relativamente ao tema das pensões, e do plano anti-inflação em geral. A audiência da entrevista, porém, foi modesta. Provavelmente pela fraca qualidade do programa – os entrevistadores falharam nas perguntas, o entrevistado falhou nas respostas. E assim a conversa arrastou-se sem grande intensidade nem capacidade de esclarecimento da polémica. Foi um ato falhado da TVI e de António Costa.
PROGRAMAÇÃO - UM MILHÃO DE EUROS
Agora está confirmado: há um profissional de televisão em Portugal que vale um milhão de euros. Fernando Rocha contou à SIC que tinha recebido uma proposta desse valor. A TVI começou por negar, mas depois emitiu segundo comunicado a confirmar implicitamente a proposta, explicando que teve "duas abordagens". Ou seja, reconheceu tudo. Uma negociação televisiva com um valor destes é um passo relevante para o mercado português, cujo star system sobe um degrau. Mais tarde ou mais cedo, haverá um contrato concretizado por estes valores.
SOBE - PAULO PORTAS
Uma semana depois, voltou ao jornal de domingo da TVI. Ou a estação recuou, e decidiu recolocá-lo no horário nobre, ou Portas colocou alguma condição que só agora foi cumprida. Veremos como evolui esta relação, que já se percebeu estar a atravessar uma fase tensa.
DESCE - RUI MOREIRA
O futuro do autarca balança entre dois amores – a política ou o futebol. Atacar jornalistas em nome de uma suposta perseguição lisboeta, que teria sido praticada durante um direto da Sport TV com o jogador Taremi, foi a pior forma de manter em aberto a opção de liderar o clube do coração. Um episódio para esquecer.
DESCE - CRISTINA FERREIRA
A edição deste ano do 'Big Brother' não está a funcionar. Nalguns horários, como as críticas 7 da tarde, teima mesmo em não explodir. Isso vai dificultar a vida aos responsáveis da TVI, não só a Cristina Ferreira, que volta a dar a cara por um flop.