
Um dos episódios mais bizarros de todo o escândalo provocado pelo beijo dado logo após a final do Mundial de futebol feminino foi o comunicado emitido pela Federação espanhola uma semana depois do jogo, e onde, através da análise absolutamente delirante de uma série de fotografias, se procurava provar, pelas posições das mãos, dos pés e dos troncos, que a iniciativa do contacto tinha partido da jogadora Jenni Hermoso. Em suma, o beijo tinha sido consensual. Uma aula de anatomia e de movimento dos corpos que ultrapassou todas as marcas do ridículo.
Poucas horas depois desse comunicado, a própria FIFA viu-se obrigada a suspender, por um prazo preventivo de 90 dias, Luis Rubiales, o antigo líder federativo com queda para excessos de euforia. A própria estrutura federativa de Madrid apagou, depois, o comunicado da vergonha, e prepara-se agora para uma longa travessia do deserto a recuperar o prestígio e a dignidade da instituição, perdida no momento em que o presidente decide beijar no boca uma jogadora, em pleno palco global, na passadeira da entrega da taça, em direto para todo o mundo. Mesmo que fosse uma emoção partilhada por duas pessoas, jamais poderia ocorrer naquele palco, e a partir do momento em que ocorreu o líder da federação deveria ter saído de imediato, evitando o escândalo e salvaguardando a decência.
PROGRMAÇÃO - PÚBLICO CENSURA TROCAS
Um dos temas interessantes no mercado televisivo é a forma como a mudança de estação por parte de alguns profissionais acaba por não resultar e quantas vezes destrói carreiras sólidas construídas ao longo de anos. É como se o público censurasse alguns dos que mudam de projeto sem outra razão, que não seja a vontade legítima de procurar a melhoria das condições de vida e dos rendimentos, sobretudo em profissões voláteis como as da tv. Esta censura acontece sobretudo no entretenimento, onde temos vários casos de mudança de projeto em que o público não seguiu a estrela, e, pelo contrário, até a castigou.
INFORMAÇÃO - A FORÇA DE UMA COMENTADORA
O relevo de um comentador funda-se ou nos seus conteúdos, ou na capacidade de fazer inimigos que o tornem insubstituível. Ana Gomes distingue-se pelos dois. Os seus comentários são uma lufada de ar fresco em defesa da transparência e do escrutínio do poder, e representam a esquerda mais à esquerda do PS, área que tem um público fiel no cabo. Os ataques públicos desferidos pelo empresário Mário Ferreira, dono da TVI, reforçam-na e tornam-na numa voz inevitável e incontornável para o canal.
SOBE - IRYNA SHEV
Nascida na Ucrânia e criada em Portugal, parecia uma conjugação perfeita para não dar certo como enviada-especial. Porém, consegue elevar-se acima da subjetividade não jornalístico, e faz um excelente trabalho como enviada especial.
SOBE - SEBASTIÃO BUGALHO
Jovem comentador, encontrou o seu público na CNN, onde era ponta de lança de um plantel desigual. Agora na SIC Notícias tem duplo desafio: evitar o risco de ser apenas mais um, e convencer o auditório da SIC Notícias, mais conservador e menos dado a jovens disruptivos.
DESCE - ANTÓNIO JOSÉ TEIXEIRA
À imagem da TVI, a informação da RTP começa a ser um problema para a estação. Os resultados dos jornais da televisão do Estado estão em profunda crise, e consolidam o último lugar, ultrapassados precisamente pela TVI, com quem competiam.