
Tempos houve em que a família real britânica se sentia cercada pelo poder da imagem. O ataque da princesa Diana à instituição, em forma de vingança emocional, passou em grande medida pela televisão. Nos anos 90, sempre que a princesa de Gales aparecia, o auditório televisivo aumentava.
Ainda sou do tempo em que os telejornais portugueses recorriam a Diana para procurar mais audiência. Esses eram tempos em que a cultura de massas e a manipulação das emoções coletivas estavam no início. Diana de Gales viveu numa era pré-redes sociais, e o seu impacto seria muito diferente se já se tivesse operado essa transformação. Como não havia Instagram nem Facebook, foi pela televisão que essa mulher magoada tentou moldar o mundo à sua imagem. Com sucesso, porque conseguiu afetar a imagem da rainha.
Bem diferentes são os tempos atuais. Hoje estamos na era das redes sociais, do streaming e de um certo conhecimento cínico que o público adquiriu para descodificar as mensagens que lhe vão chegando. O cidadão ocidental tem hoje armas comunicacionais para se defender que nunca antes tinha alcançado.
E assim, quando Harry se queixa de maus-tratos, todos percebemos estar perante um menino mimado a fazer queixa de alguém que lhe tirou um brinquedo. 'Spare' pode traduzir-se por sobresselente. Escolha de recurso. Era para ser um livro contra o Rei Carlos. Afinal de contas, está a reforçar a imagem do monarca.
PROGRAMAÇÃO - JANEIRO É DA SIC
Com o mês quase fechado, começa a confirmar-se a tendência que se previa – alargamento da vantagem da SIC sobre a TVI. O canal líder mantém-se no patamar dos 16,5%, o canal 4 desce para a casa dos 14% de 'share' médio mensal. A RTP1 aguenta-se muito bem no pós-Mundial, na casa dos 11,5%. Já a RTP2 continua abaixo da casa do um por cento – ao longo de todo o ano passado só em julho o canal 2 conseguiu ultrapassar essa barreira psicológica.
INFORMAÇÃO - PROFESSORES
A sondagem da Intercampus para o 'Correio da Manhã' e o 'Negócios' indica que os portugueses estão maioritariamente solidários com a luta dos professores. Foi com esse dado que saíram para a rua, sábado passado, numa manifestação de raro impacto no nosso país. É natural que haja esta compreensão popular, mas é fundamental que os professores não ponham os alunos de parte. Já massacrados pela educação parcelar causada pela pandemia, se ficarem sem aulas, os jovens portugueses estarão condenados à pobreza.
SOBE - LUÍS MONTENEGRO
Uma entrevista bem conseguida no canal generalista da SIC. Porém, fica estranho o líder da oposição não ser entrevistado por um dos pivôs principais da estação. Talvez por isso não tenha sido um sucesso de audiências.
SOBE - ANTÓNIO COSTA
Nas prestações parlamentares, o primeiro-ministro continua sem concorrência, até pela ausência do líder da oposição. No debate após as demissões, voltou a meter a crise no bolso.
DESCE - JOÃO COSTA
Um verdadeiro ato falhado, a conferência de imprensa na véspera do protesto de professores. Ao extremar críticas, acicatou os ânimos e deu força à manifestação. Verdadeira lição de como não fazer.