
Custou mas foi: a dupla Cristina Ferreira e Cláudio Ramos está de regresso às manhãs da TVI recuperando a ideia do casal de vizinhos que garantiu a Cristina entrar a ganhar na SIC em janeiro de 2019. Custou porque foi preciso passar quase um ano, serem feitas declarações sobre a falta de vontade de abraçar o horário, divulgadas as intenções da direção-geral de repor Cristina Ferreira – nada das manhãs – na alavancagem do dia, até que o inevitável acontecesse, sob o pretexto de substituição de uma colega apresentadora que, em final de gravidez, se viu obrigada a sair do ecrã – Maria Botelho Moniz.
Custou, demorou, possivelmente com perdas irreversíveis para o canal, porque o ano está a terminar, o regresso faz-se sem pompa nem circunstância, ou seja, sem o brilho das luzes em cima que mereceria a decisão, de uma forma quase discreta, o que fará com que os resultados tardem – ao contrário do que aconteceu quase há cinco anos aquando da estreia da dupla na SIC. E, curiosamente, acontece este "reencontro" na semana em que começa o julgamento que opõe a SIC a Cristina, a propósito da polémica saída da apresentadora da estação e do seu regresso à casa-mãe, em Queluz de Baixo.
Perante tudo isto, o que dizer desta manobra de arrumação de casa, tão discreta como tantas outras ultimamente, que acontece agora na TVI? Em primeiro lugar, que passámos de 8 para 80: se quando Cristina voltou "casa", tudo era notícia, tudo era um escândalo que iria mudar a história da estação – mesmo que nada acontecesse a seguir –, agora as mudanças mais aguardadas e os grandes feitos e negócios são mantidos discretos, sem alaridos, "a ver no que dá". Para quem está de fora destas guerras de poder interno e de desenho de estratégia para a estação – ou seja, para os espectadores –, tudo isto parece estranho.
Afinal, Cristina volta às manhãs, mas mal apregoa, os 'Morangos' estreiam e a diretora não aparece... no que ficamos? Afinal, quem está a mandar na TVI? E a obedecer? Pois é...