Afinal, há espaço para o grande entretenimento na RTP

Os fenómenos têm nome: 'The Voice Kids' e 'Taskmaster'. E têm heróis: Nuno Markl, Vasco Palmeirim, Catarina Furtado, sem esquecer Fernando Daniel, Aurea, Carlão e Bárbara Tinoco.

12 de maio de 2023 às 11:13

The Voice Kids

E não é que, de repente, e para grande alegria de quem gosta de entretenimento de qualidade, a RTP1 dá um ar da sua graça e põe dois programas de horário nobre de fim de semana a "dar cartas" e a bater (alguma) concorrência?! Os fenómenos têm nome: 'The Voice Kids' e 'Taskmaster'. E têm heróis: Nuno Markl, Vasco Palmeirim, Catarina Furtado, sem esquecer Fernando Daniel, Aurea, Carlão e Bárbara Tinoco – o incansável júri do programa onde crianças e adolescentes mostram todo o seu talento.

Estes dois formatos, de sábado e domingo, dão KO à SIC, que aposta nas repetições de 'Terra Nossa' – está provado que já chega, são precisos novos episódios, pois já não é possível reeditar mais a reedição dos programas de César Mourão – e naquela dor de coração que é o reality show policial 'Os Traidores', que, apesar de inteligente e criativo, não consegue, de maneira nenhuma, segurar o público, sem vontade nenhuma de pensar e aturar enigmas antes de iniciar a dura semana. Salva-se 'Festa é Festa' e 'O Triângulo', dois valores seguros de sábado e domingo na TVI contra o avanço da RTP.

Será este novo fôlego uma tendência ou episódios pontuais, fruto do cansaço do que os restantes canais apresentam? Sem desprimor dos formatos – ambos muito bons no seu género – e do talento dos apresentadores, olhando para o panorama do que é hoje a televisão generalista e da ascensão do cabo e 'streaming', não levo grande fé que a RTP1 consiga combater a tendência do "há tanto para escolher, por que havemos de ficar aqui?". Os números – sobretudo no bendito fim de semana – estão aí para quem queira ter a certeza de que a TV generalista está em queda, ao contrário das plataformas "substitutas".

Este sábado, porém, a sorte ainda deve estar do lado da estação pública: é que joga no lado do coração, mais uma vez, com a Eurovisão a marcar a noite. Com ou sem Portugal, o espetáculo é grandioso, atual e sempre criativo. Se o público responder, é bom sinal: há esperança numa televisão melhor.