
Por esta altura, eu, no lugar de José Eduardo Moniz, estaria a pensar: mas porque é que eu não atuei enquanto era tempo? Porque é que deixei isto andar assim? E a seguir: e agora como é que vou resolver isto?
A situação é simples: o 'Big Brother – Desafio Final' termina esta semana e a novela que deveria estar a resultar nos finais de tarde para substituir, tranquilamente, os 'Extra' do 'Big Brother' transformou-se num problema por não ter as audiências esperadas. Problemas de texto, problemas técnicos, problemas de elenco, problemas seja lá do que for. Mas um grande problema para resolver agora. Se o fim do dia não estava a funcionar, vai continuar a funcionar ainda menos, agora sem as tricas de estúdio do reality show. E agora, Moniz, como resolver isto?
Estender 'Goucha'? Pôr mais uma novela antiga no horário, versão "vale a pena ver de novo"? Estender a própria 'Rua das Flores' para ver se aquilo se despacha rapidamente – como a SIC está a fazer com 'Por Ti'? Inventar especiais de 'Uma Canção para Ti' para ocupar aquele espaço? Pôr documentários da Cristina Ferreira com os vencedores, em episódios? Ou os concorrentes? Ou qualquer coisa do género? "Moniz, you have a problem..." Porque nem sempre o que parece ser uma boa ideia, ou uma opção óbvia de grelha, daquelas que prepararia o futuro próximo, com tudo para resultar, tem o desfecho esperado. Foi o que aconteceu com 'Rua das Flores' que em nada se pode comparar com 'Festa é Festa', a novela-comédia da qual os espectadores parecem não se cansar. Não convenceu e, a não ser que aconteça um milagre e comece a cativar os espectadores no verão, não augura nada de bom para aquela ideia de alavancar o horário do 'Jornal das Oito', como era suposto.
Moral da história: repetir fórmulas, pôr o mesmo autor a escrever 120 páginas por dia (como o próprio conta), mesmo que estas sejam feitas por coautores e só revistas pelo principal, prometer muito em exercícios de promoção em rede social e mostrar pouco como resultado final não dá bom resultado quando se luta pela liderança. Agora não vale a pena chorar sobre o que aconteceu: é pensar em soluções e não repetir os mesmos erros – que estão mais do que identificados.