Não me lembro de ver um verão tão mau, tão preguiçoso, tão chato nos canais generalistas – muito particularmente nos dois canais privados. SIC e TVI devem estar a disputar o troféu "como aborrecer o espectador com concursos tolos e novelas que marcam passo.
As televisões generalistas queixam-se das audiências: o cabo sobe, o streaming dispara, os canais tradicionais marcam passo. Já alguém parou para pensar porquê?
Não me lembro de ver um verão tão mau, tão preguiçoso, tão chato nos canais generalistas – muito particularmente nos dois canais privados. SIC e TVI devem estar a disputar o troféu "como aborrecer o espectador com concursos tolos e novelas que marcam passo.
O momento mais entusiasmante da semana, neste momento, é o comentário de Marques Mendes, no 'Jornal da Noite', da SIC, e tenho a certeza que se o jogo Jesus-Ronaldo, ou seja, entre o Al Hilal e o Al-Nassr tivesse passado na CMTV em horário nobre acabava com os generalistas de uma vez. Tudo se transformou num tédio.
A TVI ataca com 'Festa É Festa' a toda a hora e remata os fins de semana com especiais de 'Vai ou Racha'. Ou seja, temos uma overdose de Pedro Teixeira em ecrã a tapar buracos. Para combater este exagero, a SIC dá-lhe de 'Salve-se Quem Puder', de 'Cantor ou Impostor' (pode não ter nada a ver mas eu confundo os dois), além do cocktail de novelas que preenche a noite de segunda a sexta.
O que ver? O que ver? Essa é a grande questão.
É verão, agosto (pior ainda, alegadamente) mas isso não significa que o espectador estupidifique. Se partirmos do princípio que ninguém está em casa e que não quer saber de programação, então o melhor é fechar para obras, inundar tudo de repetições e meter o dinheiro ao bolso. Só que... como isso não é solução, o ideal é criar novas fórmulas que, de alguma maneira, surpreendam o espectador.
E não, também não é passar reportagens intermináveis, feitas à medida da silly season, sobre praias, turismo e celebridades internacionais. Não é por aí, acreditem. É inovar. É mexer. Pode até ser com "enlatados" comprados em feiras de televisão, mas que pelo menos tragam algo de novo, capaz de emocionar e, logo, de prender o espectador ao ecrã.
Já agora, querem saber qual o contraste com tudo isto isto? A RTP2. Verdade! Investiu em séries de primeira e tornou-se concorrente do streaming. Quem diria. O mundo está a mudar. Só não vê quem não quer.
