
No início desta semana, Tony Carreira foi à TVI apresentar o seu novo tema, 'Lisboa'. Estamos no verão, há um disco para promover, uma agenda cheia de concertos – que este ano já são possíveis – e um público à espera de reencontrar o músico tão querido de todos. E, no entanto, o semblante de Tony não era de alegria por tudo isso, nem sequer de ânimo pelos novos tempos. Revelava o oposto: desgosto, cansaço, tristeza. Acabou por ser o próprio artista a explicar o que se passava: sim, está triste; sim, está desiludido com a Justiça portuguesa; sim, exige saber o que se passou na noite do fatídico acidente que vitimou a filha, e pede por tudo para que se ultrapassem as guerras na Justiça que atrasam o processo. Sara Carreira perdeu a vida na autoestrada do Norte há um ano e meio. Desde então, o processo de investigação ao ocorrido já deu várias voltas, avançou, regrediu, foram pedidos elementos, mas as conclusões tardam. O pai da jovem aponta agora essa falta de respostas a "uma guerra" entre "o Ministério Público e a juíza" que faz com que as investigações marquem passo em vez de evoluírem. Tony garante não andar à procura de culpados, só querer saber o que aconteceu realmente para esclarecer de vez e encerrar este processo... mais não seja na sua cabeça e no seu coração.
Na verdade, o que o cantor procura, a todo o custo, tal como a família, é paz. O sentimento que lhe foi retirado há ano e meio quando a sua vida se virou do avesso com o trágico acontecimento. Se conseguirá voltar a ter essa paz, fechar os olhos e descansar à noite, só Deus sabe.
Mas, para já, precisa de "mexer" nos instrumentos que tem ao seu alcance para tentar, pelo menos, descobrir algo mais e ir encerrando os tais capítulos. Enquanto isso for negado a este – ou a qualquer outro – pai, não haverá justiça possível. As respostas desejadas, os esclarecimentos que se imaginam lógicos, podem até nunca chegar. Podem não existir. Mas pelo menos há que fazer um esforço na busca da ansiada "verdade". Um pai desesperado é capaz de tudo: até de recorrer à televisão, como fez esta semana, para chamar a atenção sobre o caso, para não o deixar "morrer". Para que uma família se salve e comece a recuperar do vazio.