Cristina Ferreira e Daniel Oliveira juntos… com dois Zés pelo meio
Os dois são competentes enquanto apresentadores, mas, talvez traídos pelos seus egos, esqueceram-se de que as estações para as quais trabalham são mais importantes do que eles próprios e que o espectador é soberano nas suas escolhas. Mas há mais desgraças.
1. Alguma vez Cristina Ferreira e Daniel Oliveira ficarão para a história da televisão enquanto diretores de Programas ou outra designação que se queira atribuir às funções que desempenham? Sob as suas batutas, TVI e SIC têm vindo numa imparável descida de audiências. Tanto um como outro mostram-se incapazes de travar a fuga de públicos, que se acentuou nos últimos tempos.
Os dois são competentes enquanto apresentadores, mas, talvez traídos pelos seus egos, esqueceram-se de que as estações para as quais trabalham são mais importantes do que eles próprios e que o espectador é soberano nas suas escolhas.
Não se vê praticamente nada de novo nas programações dos canais privados, agarrados a fórmulas que os consumidores conhecem de trás para a frente e de frente para trás e que têm o poder de sedução de um bocejo. Os últimos exemplos estão aí para o confirmar, com os regressos de ‘A Quinta’ e ‘A Máscara’, na SIC, e ‘Dança com as Estrelas’, na TVI. Se ninguém deitar mão a isto, a caminhada para o precipício é certa. Balsemão – o Francisco, filho –, em Paço de Arcos, e José Eduardo Moniz, em Queluz de Baixo, não podem deixar passar mais tempo. Ou atuam rapidamente ou, mesmo que não queiram, tornam-se cúmplices involuntários dos atuais realizadores deste filme terrível.
Mais grave ainda é o caso da RTP. José Fragoso é diretor de Programas, há vários anos. As audiências já atingiram valores preocupantes para quem recebe quase 200 milhões de euros por ano. Há o risco de a estação pública se tornar irrelevante, apesar de tanto dinheiro dos contribuintes desbaratado. Sem ideia, seguem-se, claro, o ‘MasterChef’ e ‘Got Talent’.
2. O momento caricato acontece no ‘Primeiro Jornal’, da SIC. José Gomes Ferreira lê, em direto, um tweet de António Costa na rede social X. Na verdade, tratava-se de uma conta paródia do primeiro-ministro demissionário. Em estúdio, Bernardo Ferrão e Bento Rodrigues, atónitos, não queriam acreditar que o diretor-adjunto de Informação da estação de Paço de Arcos estivesse a cometer este erro de principiante. Como é possível? Sim, eles não matam, mas moem...
