
1. "Sem o povo, sem a arraia-miúda, não teria havido o Portugal que temos hoje", disse o Presidente da República, sexta-feira, 10 de junho, Dia de Portugal, em Braga, deixando ainda mais uma reflexão: "Portugal é o seu povo." Na nossa televisão também é o povo que controla o comando em casa, e é ele quem, para já, continua a dar a liderança nas audiências à SIC, principalmente na Informação, onde a vantagem é acentuada sobre a TVI. E é aqui que Nuno Santos, o diretor, e José Eduardo Moniz, o diretor-geral, têm de partir muita pedra.
Como é possível, por exemplo, pegando nos números da última semana, o ‘Jornal da Uma’ perder sempre para o ‘Primeiro Jornal’, por 100 mil espectadores – ou mais –, mesmo quando ‘Dois às 10’ vence ‘Casa Feliz’? Algo não bate certo. Como é possível, por exemplo, no período igual em análise, o ‘Jornal das 8’ ficar a 200 mil espectadores do ‘Jornal da Noite’? É muita gente. Quem põe imediatamente fim à ‘Rua das Flores’, grande aposta de Cristina Ferreira na ficção, que prende só, no horário de acesso ao principal noticiário, 318 mil espectadores, como aconteceu sexta-feira?
O fracasso da novela do mesmo autor de ‘Festa É Festa’, que tem um elenco de luxo – Ana Bola, José Pedro Gomes, Julie Sergeant, Carlos Cunha, Patrícia Tavares, António Melo e Paula Neves, entre outros –, é flagrante. Recorrendo novamente aos números da derradeira semana: entre segunda e sexta-feira, ‘Rua das Flores’ nunca ultrapassou os 400 mil espectadores, vendo a concorrência direta, ‘Casados à Primeira Vista’ (SIC) e ‘O Preço Certo’ (RTP1), agarrar ao pequeno ecrã mais de 700 mil. Regresso à arraia-miúda, de quem Marcelo decidiu lembrar-se agora, para recordar que o povo é (sempre) quem mais ordena. Fernando Mendes que o diga.
2. ‘Missão: 100% Português’, na RTP1, aos sábados à noite, promove, numa onda de entretenimento e de boa disposição, o que de melhor há no País, no turismo, na cultura e no povo – lá está, sempre o povo. Tirando uns exageros de Quim Roscas – perdão, João Paulo Rodrigues –, o programa é um bálsamo, com uma Vera Kolodzig a dar cartas no género. Os dois primeiros episódios, um nos Açores e outro na península de Setúbal, deixaram água na boca.