O que esconde Daniel Oliveira

A SIC voltou a vencer a TVI, mas o diretor tem motivos para andar preocupado: afinal, a distância é de décimas, gasta cada vez mais dinheiro ao patrão, Pinto Balsemão, e só a Informação, que não é a sua área, se salva de segunda a sexta-feira.

06 de maio de 2023 às 00:00

Daniel Oliveira

1. Vamos a factos: a SIC está de parabéns, por ter vencido novamente a TVI nas audiências. Embora por duas décimas apenas, já são 51 meses consecutivos, uma marca assinalável. Mas Daniel Oliveira tem motivos para andar preocupado. Vamos a mais factos: em abril, a estação de Queluz de Baixo voltou a ficar a um passo da liderança. Desde fevereiro, esta, agora com José Eduardo Moniz ao leme, vem dando sinais de, a qualquer momento, poder acabar com a invencibilidade do rival.

Daniel Oliveira tenta esconder a realidade atrás de uma peneira. Não ganha a manhã, não ganha a tarde e não ganha as novelas centrais à noite. Excluindo a Informação, que não é competência sua, só se aguenta com o fim de semana e a desgastada tática de esticar novelas até à inconsciência. Não deve ainda ter tido tempo de aprender a lição de que atirar dinheiro para cima dos problemas não é solução. Acaba por dar sempre mau resultado. É uma prática que cheira a desespero, sendo difícil de compreender a passividade com que a administração do Grupo Impresa presencia a irracionalidade que, analisando à distância, parece existir na relação custo-benefício na gestão do orçamento de grelha.

Torna-se óbvio, assim, que, de segunda a sexta-feira, o domínio da SIC se quebrou. Ao domingo, então, aguenta-se à sombra de Ricardo Araújo Pereira e beneficia do facto de a TVI ter uma programação nesse dia de manhã muito fragilizada pela transmissão da missa. É uma questão de tempo. Aliás, o facto de o conjunto de canais da TVI, em menor número do que os da SIC, já ser líder, deveria fazer soar todos os alarmes na família Pinto Balsemão.

2. Já há algumas semanas que insisto no tema, o da RTP não saber promover as suas apostas, seja na Informação, Entretenimento e na ficção, mas a estação pública teima em manter-se no marasmo, numa política zero de comunicação. Desta vez, José Fragoso e a sua equipa decidiram estrear duas séries portuguesas, ‘Emília’ e ‘Capitães do Açúcar’, na segunda-feira, dia 1, no espaço de 30 minutos. Inacreditável! Os resultados? Bem, uns míseros 221 mil espectadores e 118 mil, respectivamente.