Daniel Oliveira tem um formato inovador, ‘Os Traidores’, mas, numa estação privada, as audiências é que contam, neste caso para a família Balsemão e para os acionistas do Grupo Impresa. Como o diretor de Programas bem sabe. Vida difícil para ele na SIC.
1. "Não sei o que poderá suceder de agora em diante, sei que, para já, ‘Os Traidores’ são uma lufada de ar fresco na SIC e na televisão portuguesa. A começar por Daniela Ruah, passando pela dinâmica do formato, até aos perfis dos concorrentes, que fogem a tudo aquilo que vemos na TVI. Parabéns a quem fez o casting, porque juntar um agente da PSP, um reformado, uma estudante, um professor e uma empresária, com idades entre os 24 e os 68 anos, revela querer dar um passo em frente. O primeiro resultado está aí: na estreia, foi o segundo programa mais visto do dia, com 1 milhão e 5 mil espectadores."
Escrevi-o aqui, em 13 de abril, e não me arrependo. Mas, um mês depois, o balanço de ‘Os Traidores’ é terrível, a julgar pelos números: no domingo, prendeu apenas 530 mil espectadores ao ecrã, ficando fora do top 10, e bem atrás de ‘O Triângulo’ (TVI) e do ‘The Voice Kids’ (RTP1) – em cinco episódios voou quase meio milhão de pessoas. Daniel Oliveira tem aqui um formato inovador, mas, numa estação privada, as audiências é que contam, neste caso para a família Balsemão e para os acionistas do Grupo Impresa. Como o diretor de Programas bem sabe. Vida difícil para ele na SIC, por enquanto protegida pela Informação de Ricardo Costa, que só sabe ganhar e que continua a fazer gato-sapato da de Nuno Santos, o homólogo da TVI.
2. Todas as semanas, a ‘TV Guia’ tem uma grande entrevista, marca que a distingue dos outros. Se José Wallenstein revelou na edição passada ter recorrido ao subsídio de desemprego, na pandemia, "para pagar as contas básicas", agora tem Luís Aleluia, outro homem com lugar marcado na história da televisão portuguesa, fruto do seu protagonismo em ‘As Lições de Tonecas’. De entre declarações fortes que revelam o seu caráter, moldado na Casa do Gaiato de Setúbal, destaco esta do ator: "Quando a minha mãe falece, a Linda Silva [atriz e mulher do colega José Morais e Castro], ainda no funeral, pôs a mão sobre a minha e disse-me: ‘Se precisares de uma mãe, estou aqui!’ Isto é de uma beleza e de uma grandeza extraordinárias. E eu disse-lhe: ‘É claro que aceito’."
