
Logo após a estreia de ‘Bem Me Quer’, muito bem atacada pela SIC nos seus primeiros episódios, ouvi de alguns que a nova novela da TVI era fraca, que tinha maus atores, que as interpretações eram sofríveis, que a ficção da estação de Queluz de Baixo estava morta, blá, blá, blá... A verdade é que a trama de Maria João Mira, não sendo de facto uma coisa extraordinária, "tem muito potencial" – como escrevi aqui, aliás, em 6 de novembro. "O elenco, com jovens talentos e atores mais experientes, com gente bonita e mediática, o texto, a cenografia e a produção são interessantes."
Pois bem, estreada em 26 de outubro, ‘Bem Me Quer’ bate-se hoje com ‘Nazaré’, um fenómeno de audiências e que está a ser esticada pela SIC na reta final como nunca se viu. A novela protagonizada por José Condessa, Bárbara Branco e Kelly Bailey é simples, sim, tem coisas infantis, sim, ridículas, até, mas tem tudo para surpreender e conquistar mais espectadores, nas próximas semanas, meses. Tivesse a ajuda diária de Cristina Ferreira no pequeno ecrã e dos programas que lhe antecedem, como ‘A Tarde é Sua’ e o ‘Jornal das 8’, e se calhar os resultados seriam ainda melhores. Termino da mesma forma que há um mês: "A história é básica? Sim, tal como ‘Nazaré’. Afinal, às vezes, o melhor mesmo é descomplicar."
É que eu ainda me lembro de ‘Prisioneira’, assinada também pela mesma autora, rodada na Tunísia e com personagens muçulmanas, chamadas de Omar e Samira, por exemplo. Hoje, "voltámos" à serra da Estrela e a Aveiro, e com nomes como Mercedes, Pompeu ou Maria Rita. "Voltámos" aos operários e aos pastores. À nossa portugalidade. E isso já é uma segunda vitória, porque a primeira, essa, seja ela uma novela fraca, é ter audiências. E está a começar a ter. E é isso que conta numa estação privada.