
Bruno fez-nos rir, sonhar e esquecer a amargura, a angústia e o stress acumulado, provocados por um maldito vírus – ver Vhils esculpir na parede de casa o rosto de Zeca Afonso, ao som de Grândola, na madrugada de 25 de Abril, foi genial.
No seu último episódio, o ator pôs muitas janelas do País com luzes de Natal, levou dezenas de fãs para a rua, durante o seu percurso até ao Coliseu de Lisboa, batendo-lhe palmas e deixando os mais variados elogios – até do altifalante de uma ambulância do INEM se ouviu "Bruno, és o maior!" –, arrastou carros e motos atrás de si. O resultado alcançado na noite de sexta é apenas uma amostra do que pode valer em televisão: 170 mil seguidores, entre eles Cristiano Ronaldo e Bruno Fernandes. Notável.
Bruno Nogueira é um artista. De eleição. Tem uma vasta legião de fãs, e, quando o vi na sexta, no Instagram, lembrei-me de que seria uma grande contratação da TVI… para combater, por exemplo, Ricardo Araújo Pereira na SIC. Mas depois lembrei-me também de que a estação não tem estabilidade, muito menos dinheiro, e que, por isso, em vez de se reforçar com a estrela de Como É Que o Bicho Mexe?, o melhor que consegue é... Marco Horácio.
2. Com audiências muito estranhas nos últimos tempos – Dias da Cunha diria que a culpa é do sistema –, ainda vamos tendo coisas boas no ecrã. Uma delas é ‘A Espia’, da RTP1, que chega ao fim na quarta-feira, 27. A estação pública, que gasta quase 1 milhão de euros num ano em estudos de audiências de rádio e televisão, pode e deve fazer mais trabalhos de qualidade como este, com gente talentosa que vai de Jorge Paixão da Costa, o realizador, até às atrizes Daniela Ruah e Maria João Bastos.