1. A TVI continua a dar tiros nos pés, alguns deles por causa do ‘Big Brother’. Mas vamos por partes: no domingo, dia 24, o das eleições Presidenciais, a estação montou uma operação informativa ‘à SIC’, uma coisa grande, portanto, com os principais pivôs, comentadores (só um de esquerda) e repórteres, e depois, no fim, borrou a pintura toda. Porquê? Porque interrompeu o discurso do reeleito Marcelo Rebelo de Sousa, na Faculdade de Direito, em Lisboa, para arrancar com mais uma gala do reality show de Cláudio Ramos e de Teresa Guilherme. Se isto não é uma falta de respeito, aos portugueses, à mais alta individualidade do País e aos espectadores, anda lá perto. Uma pergunta, a quem manda em Queluz de Baixo: não teria sido melhor não ter dado o ‘BB’? Eu, por exemplo, tinha poupado o investimento do episódio dessa noite. A decisão da estação de Paço de Arcos, que ganhou as audiências, mesmo com anomalias técnicas, foi sensata e respeitadora de quem vê… e do dinheiro dos acionistas. Sim, não transmitiu ‘A Máscara’. E tudo isto reforça aquilo que escrevi aqui, na semana passada: uma televisão não pode ter duas estratégias, a elitista e a popular, se ambiciona chegar à liderança.
A outra barracada do ‘Big Brother’ tem que ver com as imagens das cenas explícitas de sexo entre dois concorrentes, que acabaram ilicitamente na Internet. De quem é a responsabilidade? Obviamente da produtora Endemol, que parece assim não ter mão em quem faz o seu reality show e que poderá vir a pagar uma avultada indemnização a Zena e André Abrantes. Mas a TVI, essa, que se demarcou logo de qualquer responsabilidade e condenou a publicação dos vídeos, sai muito chamuscada no processo. E tenho a certeza de que Cristina Ferreira, mulher que detesta a devassa pública, corou de vergonha com o que aconteceu na sua própria casa.
2. ‘Bem Me Quer’ continua a fazer o seu caminho e, sem ‘Nazaré’ pela frente, já se bate no horário nobre, prometendo um campeonato quente com a rival da SIC, ‘Amor Amor’. Deixo outra questão: o que seria desta novela da TVI, popular e com um elenco recheado de excelentes atores, se tivesse uma realização moderna e dinâmica? Tem a palavra o diretor Manuel Amaro da Costa.