
Para mim, não há perguntas difíceis ou fáceis. Há perguntas. E numa entrevista, sempre o defendi, podem (e devem) ser feitas todas elas, doa a quem doer. Mas o tom do jornalista, aliado um pouco a uma superioridade moral, e a sua impreparação até, em alguns momentos, mancharam o seu trabalho, aquele que podia ser, afinal, um bom momento de esclarecimento aos portugueses com alguém com responsabilidades no País. Não o foi.
Uma entrevista não é um campo de batalha, um jogo, onde no final se procura um vencedor entre entrevistador e entrevistado. Longe disso. Uma entrevista tem como objetivo principal informar e esclarecer. E o que sobrou de útil daquela conversa entre Rodrigo Guedes de Carvalho e Marta Temido? Saber que poderá celebrar-se o 13 de maio, em Fátima, como a CGTP o fez na Alameda, no Dia do Trabalhador? Muito pouco, comparado com o ruído criado – e lamentáveis centenas de insultos – nestes últimos dias sobre a prestação do jornalista. E quando assim é…
Se elogiei aqui Rodrigo Guedes de Carvalho há quatro semanas – aquela reprimenda aos portugueses por, logo no início do estado de emergência, terem ido (aos milhares) para a praia foi certeira –, agora tenho de dizer que a sua entrevista à ministra foi uma desilusão. Hoje, não, mas, daqui a uns anos, acredito que o jornalista da SIC reconhecerá sem problemas que teve um dia mau no sábado.
2. A SIC alcançou mais um feito. Nos primeiros 126 dias de 2020 venceu 123, totalizando já 101 dias de vitórias consecutivas. A última vez que uma estação portuguesa conseguiu um tão longo período ininterrupto de dias consecutivos de liderança foi a própria SIC, há 20 anos. Muito bem, embora ainda longe da performance de Emídio Rangel, que chegou às largas centenas. Fica a pergunta para um milhão de dólares: quanto tempo irá durar este estado de graça junto dos espectadores?