
José Alberto Carvalho, tal como Rodrigo Guedes de Carvalho o tem feito nas últimas semanas na SIC, abriu o coração, apertado, e prestou um serviço público aos portugueses. Emocionado, emocionou-nos. Quem diz que um jornalista não o pode fazer? Pode, claro que pode. E se puder ajudar a despertar consciências, melhor ainda.
"A cerimónia fúnebre foi reduzida, meia dúzia de pessoas apenas, sem um abraço de conforto, sem aquele pegar na mão para dizer ‘força’", disse ainda Zé Alberto no final do ‘Jornal das 8’: "O vírus rouba-nos até esta exigência moral de humanidade que é despedirmo-nos dos nossos mortos. E nunca, nem nos campos de batalha mais sangrentos, se deixam os mortos para trás."
Era outro murro no estômago do jornalista. Afinal, a mulher que tinha morrido era sua tia, aquela que o viu nascer, o ajudou a crescer e a ser o homem que é hoje. Passamos por momentos difíceis, dramáticos, impensáveis nas nossas vidas no início de 2020, mesmo quando a Covid-19 já matava milhares de chineses. Mas não podemos baixar os braços. Mesmo a chorar por dentro, como o Zé Alberto, como eu – como o leitor, tenho a certeza –, temos de olhar para a frente, muito ao estilo de Sebastião José de Carvalho e Melo: agora enterram-se os mortos e cuida-se dos vivos.
2. Queria elogiar Pedro Teixeira, a mostrar em Quer o Destino, a nova novela da TVI, que começa a ser um ator de corpo inteiro, mas tenho de terminar com algo que nos deixa orgulhosos: há dias, recebi um e-mailde uma leitora, Céu Valério Cruz. "Bom dia, será possível fazer uma assinatura da vossa revista e mandarem-na para França?" Claro que sim, Céu. Um beijo de obrigado pela confiança. Boas leituras!