
Em finais de dezembro de 2016, a poucos dias do Natal e do seu aniversário, a 28, Salvador Sobral, de 27 anos de idade, ouviu da boca do seu cardiologista aquilo que ninguém quer escutar: "Se não fizer o transplante, vai morrer."
Dias depois da dramática notícia, o cantor que conquistou a Eurovisão, e o mundo, com o tema musical 'Amar Pelos Dois', relatou o resultado desta consulta – e confessou os seus múltiplos receios – ao amigo e segundo irmão artístico Nuno Nabais. "Essa é a condição dele, faz com que esteja sempre a viver o último dia", afirmou o diretor da Fábrica de Braço de Prata, um 'hub' de artes e cultura na cidade de Lisboa, em maio, à revista 'Sábado'.
Desde aquela tarde fria de dezembro, em que o médico disse a Salvador que, sem um coração novo, ia morrer, o músico passa os dias ansioso a aguardar que o telefone toque. À espera que, do outro lado da linha, surja a voz do seu clínico, ou a de alguém da sua equipa, a dizer-lhe para seguir de imediato para o hospital porque tinha finalmente aparecido um coração compatível e o transplante é viável e pode avançar.
Em declarações à mesma revista, Nuno Nabais revelou que Salvador tem um ritual, muito fora do comum, sempre que sobe ao palco na sala de espetáculos da Fábrica de Braço de Prata: não entra sem entregar o telemóvel a Nuno, com instruções para este interromper o concerto imediatamente se ligarem do hospital.
ESTÁ MAGRO E CANSADO
Esta semana, durante o concerto solidário pelas vítimas dos incêndios de Pedrógão Grande, Salvador Sobral foi o último a subir ao palco e a encerrar o espetáculo com a música que todos aguardavam.
O cantor brincou com a voz, imitou o som de um trompete, disse uma piada que incendiou as redes sociais, mas quem o viu na Eurovisão e o viu ao piano no Meo Arena percebe que perdeu peso. E muito.
O vencedor do certame da Eurovisão tem-se desdobrado em concertos pelo País, sempre com casa cheia, mas, na sua mente, quando tem mais tempo livre para pensar na vida, continuam a ressoar ecos das palavras do seu cardiologista naquela triste tarde de Dezembro: "Se não fizer o transplante vai morrer."
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