Virginia Giuffre, de 38 anos, avançou esta segunda-feira, 9, com um processo contra o Príncipe André por alegadamente a ter violado e abusado sexualmente quando tinha 17. Giuffre (cujo nome de solteira é Virginia Roberts), recorde-se, foi uma das mulheres envolvidas no processo contra o milionário Jeffrey Epstein, a quem acusou de a obrigar a manter relações sexuais com o duque de York quando ainda era adolescente.
André, o segundo filho da Rainha Isabel II, negou sempre estas alegações, dizendo que não se recordava de alguma vez a ter conhecido. Contudo, no processo que deu entrada em Nova Iorque, Giuffre alega que foi abusada sexualmente pelo príncipe nessa mesma cidade, e que foi violada em Londres na casa de Ghislaine Maxwell, a então companheira e alegada cúmplice de Epstein. De acordo com o 'The New York Times', citado pela 'Sábado', Maxwell e Epstein forçaram-na a ter relações.
No processo, onde se alega que André sabia que ela era menor de idade e que era vítima de tráfico sexual por parte do casal, foi incluída uma fotografia de 2001 em que o príncipe aparece com o braço à volta da cintura de Giuffre.
A foto, que terá sido tirada na casa de Maxwell em Londres, esteve no centro da sua desastrosa entrevista à 'BBC' em 2019, em que, depois de dizer que nunca estivera com Giuffre, confrontado com a imagem, o príncipe tentou refutar argumentando que a foto teria sido manipulada e mais tarde demitiu-se das suas funções oficiais na Casa Real no seguimento desta entrevista.
Embora André tenha prometido ajudar nas investigações sobre Epstein e Maxwell, segundo o Ministério Público essa ajuda está ainda por ser vista. "Até à data, o príncipe André ainda não colaborou", disse o procurador de Nova Iorque Geoffrey S. Berman ao 'The New York Times'. Em março de 2020, Berman afirmou que o filho de Isabel II "fechou completamente a porta à possibilidade de uma cooperação voluntária". Por seu lado, os advogados do duque de York defendem que se ofereceu para ajudar na investigação "pelo menos três vezes."
O príncipe André é uma das muitas figuras de poder que se relacionavam com Epstein, como Bill Clinton, Bill Gates e Donald Trump.
