Depois de Sofia Arruda ter denunciado ter sido vítima de assédio sexual, motivo que a levou a ficar afastada seis anos da televisão, seguiram-se outras atrizes, jornalistas e apresentadoras. Uma delas é Merche Romero, de 44 anos de idade, que se estreou em televisão com 20 anos, após um início fulgurante como manequim... que a empurrou até para os braços de Cristiano Ronaldo, com quem namorou durante vários meses.
"Aos 20 anos, é muito difícil lidar com isto. Chorei muito. As pessoas pensam que ser modelo e ter uma boa imagem é uma felicidade, mas nós sofremos muito com isso", começa por dizer a ex-apresentadora da RTP e da SIC à 'Nova Gente', admitindo que a sua personalidade possa ter levado a alguns excessos por parte de terceiros: "Sou uma pessoa dada, de abraços, sempre fui quente. E fui mal interpretada."
A sensual espanhola garante, no entanto, que nada disto é desculpa para o comportamento vergonhoso de alguns homens com quem se cruzou no mundo artístico. "Tive de mudar o chip, porque houve situações desagradáveis... Houve casos em que achei que o silêncio era o melhor a fazer, mas também houve situações em que tive de pôr as pessoas no lugar. Eu sou perita nosso! Basta uma frase."
"É MUITO DURO"
Merche Romero, que brilhou na estação pública ao lado de José Carlos Malato e Marta Leite de Castro, no programa 'Portugal no Coração', reconhece ainda que, por nunca ter cedido ao assédio sexual, foi prejudicada profissionalmente: "Perdi muitos trabalhos, mas ganhei a minha dignidade. Para mim, o pior nem é o assédio em si, é mesmo o facto de perdermos trabalhos. Deixa de contar a parte profissional para ser só a parte exterior que conta. Emocionalmente, é muito duro. As pessoas que têm meio palma de cara não são burras nem más profissionais."
A antiga estrela da televisão sabe que há muitas mais mulheres vítimas desta drama. "Claro que sei de outras atrizes e apresentadoras que passaram pelo mesmo. Nos bastidores, fala-se disto e consegue-se perceber quem são, tal como se sabe de pessoas que foram vítimas e que não falam", reforça Merche à mesma revista.
