O ator Cecil Thiré, que morreu esta sexta-feira, 9, no Rio de Janeiro, chegou a perder trabalhos por causa da fama de que era homossexual.
"Quando fiz a novela 'Roda de Fogo', na qual interpretei o Mário Liberato, que era um vilão gay, muitas pessoas achavam que eu era gay mesmo. Durante um bom tempo, vários comentários eram de que eu era homossexual. Estava casado, tinha filhos, mas isto não queria dizer nada. As pessoas nas ruas me respeitavam e não comentavam nada na minha frente, porque achavam que eu ficaria ofendido com alguma insinuação. Era engraçado", afirmou o filho de Tônia Carrero em entrevista à 'IstoÉ', em 1996.
'Roda de Fogo' foi uma novela de 1986, escrita por Lauro César Muniz, e fez História ao mostrar a personagem de Cecil Thiré. Ele foi um dos primeiros atores a aceitar interpretar um homossexual. Mais tarde, Cecil perdeu trabalhos.
"Perdi trabalhos publicitários por causa disso. Quando fui fazer um comercial sobre o lançamento de um edifício na Barra da Tijuca, um produtor me disse para eu ficar à vontade na hora de gravar. Eu estava relaxado, mas ele insistia. Pedia para ser mais natural, como eu era. No final das contas, fui entender que ele achava que eu era gay e queria que interpretasse o papel de um homossexual. Eu me diverti muito com aquele episódio", contou ainda na mesma entrevista.
Cecil deu vida a outras personagens marcantes na televisão, como o vilão Adalberto Vasconcelos na novela 'A Próxima Vítima', de 1995, e Alex Kundera em 'Top Model', de 1989.
O seu último trabalho foi na série 'Se eu fosse você', em 2013, como o senhor Albuquerque.
Cecil deixou quatro filhos: Miguel Thiré, Carlos Thiré e Luísa Thiré, do primeiro casamento com Norma Pesce, e João Cavalcanti Thiré, da relação com Carolina Cavalcanti. Deixou viúva Nancy Galvão, com quem era casado há 14 anos.
