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Sofrimento

Atriz Mariana Norton revela drama com ataques de pânico e ansiedade

A atriz e cantora de 40 anos apela à procura de ajuda psicológica. "A ansiedade existe na mesma, claro, mas não me domina é às vezes até a consigo transformar em energia boa", revela Mariana Norton.
22 de junho de 2020 às 12:03
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Só os mais íntimos de Pedro Lima sabiam do pesadelo interior que ele estava a viver e que o levou nas últimas semana a pedir ajuda psiquiátrica, mas já terá sido tarde demais.

Em 2018 o ator revelou publicamente que vivia com depressão mas a pandemia que virou o mundo ao contrário, pesou ainda mais na cabeça de Pedro.

Mas muitos mais há com problemas interiores.

Mariana Norton, atriz e cantora de 40 anos, revela que tem ataques de ansiedade e pânico e que teve de pedir ajuda. Alerta mesmo para que todos peçam ajuda, sem vergonha.

Leia as palavras de Mariana, reveladas nas suas redes sociais.

"Depois de um fim-de-semana atribulado, uma manhã tranquila para mim. E pus-me a pensar. No meio das ainda penduradas decorações da celebração de Santo António, que este ano foi em casa, sem multidões, sem encontrões nem cervejas entornadas nos pés nem fumo da grelha da sardinha nem banda ao vivo nem o meu grupo de sempre a dançar nuns poucos metros quadrados conquistados a muito custo.

Mas teve na mesma o amor dos amigos de sempre, música de baile a sair das colunas e até algumas canções cantadas ao vivo de coração cheio. Fazemos o melhor com o que temos. Em todas as fases, mas nesta, mais desafiante, é a chave. Rodeiem-se de bons amigos e encontrem os vossos momentos de tranquilidade. Falem sobre o que se passa no vosso coração e cabeça, por muito que custe ou pareça inadequado. Ninguém é perfeito, ninguém é sempre feliz, ninguém é sempre seguro e ninguém se sente sempre capaz.

Peçam atenção, amor, carinho e ajuda. Até aos meus 20 e muitos, não falei muito sobre as coisas que me faziam sofrer e guardava-as o mais fundo possível, pois achava que assim desapareciam. Mas era ilusão, porque chegou o dia em que, sem qualquer explicação nem aviso, essas dores começaram a explodir para fora de mim em forma de ataques de ansiedade. Pânico, mesmo. Não sabia o que se passava comigo. E tinha vergonha. Sentia-me fraca e sem auto-controlo (esses preconceitos terríveis!) Contei a poucas pessoas e pedia-lhes que guardassem segredo.

Tentei ajuda psicológica, mas, e isto é importante perceber, não acertei à primeira nem à segunda. Não é óbvio que o primeiro psicólogo a que se vá seja o certo para nós. Achei que conseguia resolver sozinha (porque achava que ser forte era isso) e achei que estava a conseguir até certo ponto, porque já não tinha ataques durante o dia. Só que eles recomeçaram a aparecer, acordavam-me a a meio da noite. Aí, já não aguentando mais e percebendo que tinha de resolver o que fosse que me atormentava, mesmo sem saber o que era, abri o meu coração para mais algumas amigos e finalmente encontrei o psicólogo que me levou na viagem de cura. Uma viagem longa, dura, mas linda. Porque cada semana estava melhor.

Porque afinal, só precisava de falar, desabafar, arrumar tudo no sítio certo da

minha cabeça e do meu coração. Não foi preciso recorrer a químicos. (Não me

envergonharia admitir se isso tivesse acontecido, só queria frisar que a terapia é importante a este ponto).

Hoje em dia sou uma mulher diferente. A ansiedade existe na mesma, claro, mas não me domina é às vezes até a consigo transformar em energia boa. Ainda tenho os meus momentos de pânico (mais ligeiros, felizmente), mas já percebo melhor o que os provoca e o que tenho de mudar ou resolver na minha vida, mas principalmente, já não hesito em ligar a algum amigo, amiga ou familiar. Porque quando dizemos a verdade sobre nós, ouvimos aquilo que mais nos conforta : " Estou aqui. Liga a qualquer hora". E quando nos resolvemos e nos aceitamos acontece o mais importante: ligamos mesmo. E os amigos ou os familiares ou quem quer que esteja acordado a essa hora (sim, continua a ser mais de noite...) aparecem. E sofremos menos, porque estamos acompanhados. Por isso, hoje em dia, mudei, se calhar até já falo demais sobre qualquer coisa que me incomode (desculpem, amigos! ) mas prefiro assim, porque desta forma tenho apoio e ouvidos e amizade e amor. Verdadeiros. Dos que me conhecem e me aceitam como sou. Porque os deixo conhecerem-me. Enfim. Este fim-de-semana falou-se muito sobre saúde mental, pela triste perda que sofremos. Aqui está o meu testemunho e apelo a que falem e procurem ajuda e companhia. Espero que este post ajude alguém, como me teria ajudado tanto se o tivesse lido aos 25 anos. Uma óptima semana para todos", rematou a atriz.

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