Os atores juntaram-se à greve dos guionistas nos Estados Unidos. Em Hollywood, luta-se contra a inteligência artificial – com receio de que os estúdios possam usar a mesma imagem de um ator vezes sem conta só pagando uma vez –, por melhores ordenados – pede-se um aumento do salário base 11 por cento – e contra a falta de pagamento de direitos de autor, por parte das plataformas de streaming.
"Primeiro, foram os autores dos guiões a irem para a rua lutar pelos seus direitos, agora estamos nós. E se isto se arrastar mais quatro ou cinco meses, em 2024 não vão haver séries novas para se ver nestas plataformas. Eles é que têm a perder...", conta à 'TV Guia' desta semana Joaquim de Almeida, de 66 anos de idade, uma das estrelas portuguesas em Hollywood.
Entretanto, o eterno galã viu as promoções de séries e filmes que tinha com produtoras e estúdios americanos pararem. "Felizmente, tenho um filme francês para fazer. Como sou do sindicato desde 1981, que recebe uma parte do nosso salário, para depois termos o dinheiro da reforma, não posso trabalhar em produtos americanos, mesmo feitos na Europa", explica o ator à mesma revista, acreditando que "esta vai ser uma batalha dura, em especial contra as plataformas de streaming": "Não nos querem pagar os residuals [o que os atores recebem por cada vez que um filme ou série passa na TV e no cinema, ou é reposto]. Ou pagam... 20 dólares por um produto que é visto milhões de vezes."
Joaquim de Almeida diz ainda à 'TV Guia' que, em breve, muitos colegas vão começar a passar por dificuldades, "como já aconteceu com os guionistas", mas que "ninguém vai baixar os braços". Esta greve, recorde-se, já parou os filmes 'Missão Impossível 8', 'Gladiador 2', 'Wicked' e 'Deadpool 3'.
