Jessica Athayde não gosta que haja alguém sempre a dizer-lhe o que dizer e o que não contar. Por isso mesmo resolveu abrir o coração sobre as suas origens. "Eu sou fruto de uma relação duplamente extraconjugal", começa por dizer sobre a forma como chegou ao mundo.
Numa entrevista dada recentemente explica como tudo começou para os pais. "Tanto o meu pai como a minha mãe eram casados com outras pessoas. A minha mãe é inglesa, de uma classe baixa, e trabalhava num hotel na linha de Cascais; o meu pai é o oposto, é de uma família com papel. Conheceram-se, tiveram o seu caso. E antes de eu nascer , a minha mãe regressou a Inglaterra", diz sem fazer julgamentos.
Foi só nessa altura que a mãe de Jessica, com quem esta viveu anos a fio, até se fazer actriz, revelou ao então companheiro o caso que tinha tido em Portugal. A relação acabou mas sem estragos. "Ainda se dão bem. Aliás eles resolveram a situação e continuavam a sair juntos para beber um copo", relembra.
Com o pai, as coisas não foram tão fáceis. "Só o conheci mais tarde, depois de regressar a Portugal", explica. O pai tinha seguido com a sua vida. Jessica tem por isso meios irmãos, conhece-os e hoje dá-se com eles. "É tudo muito normal e descontraído". Há um único senão. "Só não me dou com a mulher do meu pai, que nunca quis conhecer-me, foi a condição que impôs". O pai de Jessica, ao contrário da mãe da atriz, nunca se separou, apesar de tudo, e a esposa deste impôs sempre que a estrela da TVI não entrasse demasiado na vida de ambos.
A imposição foi cumprida e por isso a atriz só a viu uma fez quando a avó faleceu e a encontrou no funeral.
Jessica Athayde parece bem resolvida com este assunto, hoje. Mas na adolescência quando passou por alguns distúrbios nervosos, o modelo pouco convencional de família acabaram por a desgastar. E tudo acabou por potenciar os problemas alimentares que acabaria por resolver já bem mais tarde e depois de vários sustos. "Não tive apenas uma crise, tive várias", conta. "Eu não tive a família que uma pessoa imagina e que observa em redor, cresci sem segurança", acaba por confessar.
Hoje esses dramas estão resolvidos e a actriz ressalva a importância da família nos jovens de hoje. "Quando aconteceu comigo, eu não tinha ninguém que me acompanhasse, que me aconselhasse, que me desse aquele pequeno aconhcego, que ás vezes, faz toda a diferença".
