José Raposo não ficou indiferente à morte trágica do ator brasileiro, muito conhecido em Portugal graças aos inúmeros papéis que teve nas novelas da Globo, Flávio Migliaccio, que decidiu acabar com a própria vida, triste com o rumo do mundo e em especial do Brasil de Bolsonaro.
"Primeiro queria dizer que o admirava desde os anos 70, quando o vi na televisão e me chamou a atenc¸a~o o tom "clawnesco" que tanto aprecio nos actores com essa humanidade natural, essa subtileza tra´gico/co´mica como te^m os Chaplins, os Toto´s, os Buster Keatons, os Tatis, os Solnados, os Salvadores, os Carlos Gonc¸alves, os Fernandos Mendes", começou por escrever o companheiro de Sara Barradas, nas redes sociais.
"E depois queria dizer que me emocionou e me chocou muito este acto, manifestado numa carta que nos deixou, em que lastima a forma como sa~o tratados os idosos, o caos que tomou conta do seu pai´s, a sociedade injusta e desagregada em que nos tornámos, sociedade que ele ja´ tinha dito em tempos "estar organizada de uma forma totalmente errada!"! A carta que nos deixou : "Desculpem-me, mas na~o deu mais. A velhice neste pai´s e´ o caos como tudo aqui. A humanidade na~o deu certo. Tive a impressão que foram 85 anos jogados fora num pai´s como este e com esse tipo de gente que acabei encontrando. Cuidem das crianc¸as de hoje", acrescentou. "Ate´ sempre Fla´vio Migliaccio!", rematou o ator português, chocado com o desfecho de Flávio Migliaccio.
O ator brasileiro foi encontrado morto em casa, onde deixou uma carta a justificar o ato de desespero.
