Cristiano Ronaldo está a ser investigado pelo fisco espanhol. E isso não agrada à mulher que gere as finanças do craque português, Marisa Mendes. Segundo documentos recentes, com origem na Football Leaks, o futebolista pagou menos impostos do que devia em relação a ter cedido a sua imagem a diversas marcas, tendo parte do dinheiro alegadamente acabado em contas offshore. O jornal espanhol 'El Confidencial' avançou mesmo, esta sexta-feira, que está ser ultimada uma acusação a Ronaldo por alegada evasão fiscal.
A equipa jurídica que faz a assessoria do jogador, entretanto, já garantiu, face às notícias publicadas, em diversas notas enviadas à imprensa espanhola que "nunca houve ocultação de receitas nem vontade de defraudar" o estado espanhol e que estão de portas abertas para o diálogo.
Contudo, o fisco espanhol parece não estar de acordo com a assessoria de Cristiano Ronaldo, e com Marisa Mendes, e dá conta da perda de 150 milhões de euros que remontam ao momento em que o madeirense passou a ter residência fiscal em Madrid em 2009. Segundo os documentos que circulam na internet, a empresa que vendeu os direitos de imagem a várias marcas internacionais previa o pagamento pelo uso dos direitos entre 2009 e 2014 mas deu conta de apenas uma parte do dinheiro...tendo o resto surgido numa sociedade nas ilhas virgens Britânicas... livre de impostos.
Cristiano Ronaldo, entretanto, já reagiu às acusações e mostra-se devastado com as recentes notícias, como fez questão de mencionar à imprensa francesa. "Não sou hipócrita. Tudo isto é um processo difícil para mim e para as pessoas que me rodeiam, para a minha família, o meu filho, para as pessoas que trabalham comigo. Magoa-me porque tento sempre fazer as coisas bem. Há gente inocente na prisão e eu sinto-me assim", declarou esta semana. "Sei que não fiz nada de mal. A verdade, tarde ou cedo, acabará por vir ao de cima", diz, não mostrando medo que o fisco espanhol avalie todas as suas contas.
Esta, no entanto, não é a primeira investida que as finanças espanholas fazem a um futebolista nos últimos meses. Segundo O El Confidencial, Fábio Coentrão e Radamel Falcão, estão também a ser alvo de vestorias nas últimas semanas graças aos mesmos documentos que agora circulam, aparentemente, livremente na internet.
Segundo o 'El Confidencial', o esquema era sempre o mesmo: uma sociedade offshore cedia os direitos de imagem dos jogadores às sociedades MMI (Irlanda) e Polaris, esta última fazendo parte do universo Gestifute (que gere a carreira de Ronaldo) ficando contudo com uma parte... que devia ser paga ao fisco.
