
Perante as novas revelações sobre o escândalo de pedofilia na Igreja em Portugal, Nuno Markl expressou a sua repulsa pela situação que, sabe-se agora, fez mais de 4800 vítimas, de acordo com a conclusão de uma comissão independente. "Um dos contextos mais abjectos em que este horror puro pode acontecer é a Igreja. Pela importância que tem. Pela dimensão que tem. Pelo que representa, para tanta gente, de abrigo, de acolhimento, de esperança. De fé, no fundo", afirmou, no seu Instagram.
"Ler uma citação de um padre que, depois de cometer um abuso, diz à vítima ‘Deus está orgulhoso de ti’ é a modos que o fim do mundo. É de uma baixeza, de uma abjecção, de um calculismo - é O Mal. E é nestas alturas que eu adorava que houvesse mais provas concretas e práticas de que Deus existe. Porque me parece que um Deus decente, ao ouvir um representante d’Ele na Terra usar o seu nome para falar de orgulho após uma violação, teria mandado um providencial raio lá de cima para cima deste monstro", acrescentou o animador da Comercial, de 51 anos.
"Em vez disso, nem raio, nem prisão, nem castigo, em tantos casos - apenas silêncios, mudanças de paróquia, e sempre uma altivez tremenda a condenar pecados alheios sem reconhecer os horrendos pecados que se passam entre as suas paredes", lamentou Nuno Markl.
"Não digo que as Jornadas da Juventude não deveriam acontecer; mas diria que deviam ser sobre isto. Deviam ser uma oportunidade histórica para tão gigante instituição reflectir, assumir, pedir desculpa e anunciar como pretende lidar com isto no futuro para que seja aquilo que tanta gente em todo o mundo quer acreditar que ela é", disse, por fim.