Quem chega e olha não percebe logo o tesouro que se encontra escondido no primeiro andar do n.º 20 da Rua de São Paulo, ao Cais do Sodré. É preciso entrar. O encontro entre o presente e o passado é a primeira visão, logo seguida de um rodopio de emoções provocadas pela decoração revivalista que o espaço oferece. "Aqui tenta recriar-se a casa de pasto do século XIX, de forma a trazê-la até à atualidade. E, com menus acompanhados de um bom vinho, o rei das bebidas", descreve o chef Diogo Noronha. Mas, é na decoração vintage, com as paredes forradas a tecido estampado, bibelôs ‘kitsch’, peças de louça de Bordalo Pinheiro, pratos de parede com provérbios portugueses e um conjunto de ‘Ceias de Cristo’, iguaizinhas às que se viam na casa das avós; que a atenção se fixa.
Acolhedor, descontraído e a provocar velhas recordações, o espaço promete continuar a surpreender. E, consegue-o através da prova de fogo: a degustação das propostas na carta do chef Diogo, que deseja que o paladar dos visitantes seja satisfeito com uma alquimia de sabores. A preparar a nova carta primavera/verão, onde continua a dar prioridade aos ingredientes da estação, Diogo Monteiro dá igualmente destaque a pratos de carne e de braseiro, como o polvo, bacalhau ou o atum, com recriações contemporâneas da cozinha portuguesa, a par de uma ementa rica em opções com pratos que apelam à mistura da tradição com a cozinha de autor. E, há mais. Muito mais. As sobremesas também convidam a uma suculenta prova de sabores a fazer esquecer a linha em prol do prazer... É uma viagem infindável através da gastronomia.
