
A nova vida com máscara, distanciamento, testes, filas e certificados de que sabemos viver em sociedade começou a ganhar uma lufada de ar fresco esta semana em Nova Iorque. As imagens do pequeno alívio das medidas contra a covid-19 nos restaurantes, bares e na Broadway dão vontade de ouvir Frank Sinatra cantar ‘New York, New York’ e Lenny Kravitz dizer "ela está bem, sempre sobrevive". A cidade acordou.
Ninguém melhor do que Anna Wintour, com a sua Met Gala, para abrir a nova fase festas na cidade estrangulada por 18 meses. Afinal, a diretora da 'Vogue' tem a melhor rede contactos e é a maior angariadora de fundos no circuito destas festas, a cobrar 35 mil dólares por bilhete do jantar – dinheiro que vai ser destinado ao Museu de Arte Moderna (MoMA).
Com o tema ‘Na América: Um Léxico da Moda’, a cerimónia deste ano cheira a normalidade, mas não podia ser mais diferente. Apenas um terço dos convidados habituais estiveram na passadeira vermelha na última segunda-feira, 13, um modesto grupo de cerca de 400 famosos que se reuniram com um ano e meio de atraso. A gala que tradicionalmente acontece em maio entrou na agenda da cidade em setembro, mesmo a tempo do final das cerimónias dos 20 anos do 11/9 e da reabertura dos eventos com maior público – como os espetáculos da Broadway e o campeonato US Open.
Do glamour da passadeira vermelha foi possível deslumbrar-se mais uma vez com a dramática escolha de Rihanna, a cantora que é já a rainha daquilo tudo foi a última a subir as escadas do Met, porque por seis anos consecutivos fez justiça ao drama que Anna Wintour pediu. Este ano, Rihanna voltou a demonstrar que domina o conceito daquela festa.
Num sobretudo preto volumoso, e um gorro a combinar, a roupa da Balenciaga deu uma "interpretação chique ao estilo de todos os americanos", definiu a ‘Vogue’.
Antes, também de Balenciaga, Kim Kardashian voltou a chocar diante dos fotógrafos com uma roupa em que surge coberta dos pés à cabeça. Sapatos, leggings, vestido, capuz e calda pretos voltaram a dar à estrela de ‘reality show’ o anonimato, pelo menos por alguns instantes. "O que é mais americano do que uma t-shirt dos pés à cabeça?", questionou a empresária nas redes sociais sobre o seu look.
Ao seu lado, um homem misterioso também subia as escadas do Met e fez logo correr os rumores de que se tratava do ex-marido Kanye West. Mas Kim identificou mais tarde o estilista Demna Gvasalia, diretor criativo da Balenciaga, o seu ‘plus one’ na noite da gala.
A NOITE QUENTE DE NOVA IORQUE
Estrelas do cinema, música e da política dividiram-se depois da gala em after parties por toda Nova Iorque, esquecendo, nem que fosse por algumas horas, o pesadelo dos últimos 18 meses.
Houve a festa anual (e supostamente secreta) no hotel Standard, da anfitriã Kacey Musgraves, que reuniu Alicia Keys, Billie Eilish, Brooklyn Beckham, Camila Cabello, Cara Delevingne, Ciara, Emily Blunt, Maluma, entre outros convidados. Em Brooklyn, a marca Pyer Moss levou a rapper Lil 'Kim a um restaurante de cheesecake convertido em discoteca por uma noite. O estilista LaQuan Smith organizou uma festa sob a ponte Kosciuszko mas as festas que toda a imprensa nova-iorquina tem falado são as de Rihanna e da Balenciaga.
Organizada pela Balenciaga e Justin Bieber, a after party no restaurante Cathedrale juntou Kim Kardashian, Kendall Jenner, Isabelle Huppert, Elliot Page, Megan Fox e Hailey Bieber.
Justin Bieber, que atuou no Met, voltou a subir ao palco na sua própria festa para cantar mais três temas: ‘What Do You Mean?’, ‘Hold On’ e ‘2 Much’.
No evento de Rihanna, as coisas parecem ter sido mais sexy. A cantora abriu as portas de uma nova discoteca subterrânea, do famoso grupo Akvia. "Suor e cigarros abundavam na pista de dança", disse um jornalista da 'Vogue'. "Modelos como Vittoria Ceretti, Anok Yai e Meghan Roche descansavam em sofás brancos" nos lugares mais escondidos da discoteca "que eram perfeitos para trocar os segredos da Met Gala".
"Velas encheram cada canto do espaço semelhante a uma caverna, criando sem esforço uma vibração sexy em cada sala. Numa arcada de tijolos expostos, as irmãs [Venus e Serena] Williams assumiram o controlo do bar dos fundos, a dançar com nomes como Imaan Hammam, Russel Westbrook, Lewis Hamilton e Quavo toda a noite". Pelas 4h30 da manhã ainda havia atuações. "É seguro dizer que a rainha RiRi pode ser venerada por esta noite selvagem", descrevem os olhares curiosos.