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Paixão fatal. Como Carlos Castro se apaixonou perdidamente por Renato Seabra e cortejou o modelo durante dois meses até o levar para a fatídica viagem a Nova Iorque

Começaram por falar pelo facebook até aos primeiros encontros. O cronista prometeu-lhe uma carreira na moda e Renato deixou-se seduzir pelo futuro ao sol. Foi quando embarcaram para uma viagem que mudaria a vida de todos os intervenientes.
Rute Lourenço
Rute Lourenço
10 de agosto de 2023 às 22:29
Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra
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Renato Seabra
Carlos Castro e renato seabra
Carlos Castro e renato seabra
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Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra ao lado de Diogo Costa
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renato seabra
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renato seabra
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renato seabra
renato seabra
renato seabra
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renato seabra
renato seabra
carlos castro, renato seabra
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Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra
Carlos Castro e renato seabra
Carlos Castro e renato seabra
Renato Seabra
Renato Seabra
Renato Seabra ao lado de Diogo Costa
renato seabra
renato seabra
renato seabra
renato seabra
renato seabra
renato seabra
renato seabra
renato seabra
carlos castro, renato seabra

Começavam os dias mais frescos de outono quando, em 2010, Carlos Castro viu pela primeira vez Renato Seabra. O jovem, alto e com corpo de manequim, natural de Cantanhede, tinha-se destacado no concurso da SIC de caça-talentos 'À Procura do Sonho', tendo ficado em terceiro lugar. O sucesso levara-o a ser convidado para ir a alguns eventos e as suas fotografias começavam, então, a sair em algumas revistas.Não passaram despercebidas a Carlos Castro que, cronista social à época, estava atento a todos os desenvolvimentos no meio.Decidiu enviar-lhe uma mensagem no Facebook - a rede social de eleição na altura - que mais tarde acabaria reproduzida nos meios de comunicação social. "Vou ao Porto, ao Portugal Fashion, estás por perto? Acho-te giro e és altíssimo, falamos se quiseres. Um abraço amigo", foi o que Carlos Castro escreveu depois dos cumprimentos e de uma abordagem inicial.

Não passaram despercebidas a Carlos Castro que, cronista social à época, estava atento a todos os desenvolvimentos no meio.

Decidiu enviar-lhe uma mensagem no Facebook - a rede social de eleição na altura - que mais tarde acabaria reproduzida nos meios de comunicação social. "Vou ao Porto, ao Portugal Fashion, estás por perto? Acho-te giro e és altíssimo, falamos se quiseres. Um abraço amigo", foi o que Carlos Castro escreveu depois dos cumprimentos e de uma abordagem inicial.

renato seabra
renato seabra

Numa outra mensagem, enviada a 16 de Outubro de 2010, Carlos Castro já demonstra os seus sentimentos pelo jovem Seabra, então com 21 anos. "Querido... hoje sábado aqui estou (ainda) no hotel...(pensei muito em ti) e para te mandar ternuras". Renato responde ao cronista algumas horas depois: "Como te disse por mensagem também tenho pensado muito em ti... pensei em tudo que disseste e quero estar contigo!! Um beijinho grande".

Carlos Castro e renato seabra
Carlos Castro e renato seabra

Depois disso, pouco se sabe o que aconteceu até à fatídica viagem, mas aos amigos mais próximos Carlos Castro já não escondia que se estava a apaixonar perdidamente pelo modelo, a quem queria, inclusivamente, ajudar a dar os primeiros passos sólidos no mundo da moda.

A VIAGEM FATAL

Depois dos dois primeiros meses de alguns encontros e muitas trocas de mensagens, Carlos Castro, de 65 anos, convidou Renato Seabra a viajar com ele até Nova Iorque. Iriam virar o ano na terra de todas as oportunidades, numa viagem de mais de uma semana e muitas ilusões para o cronista, que garantia viver dias de grande paixão.

renato seabra
renato seabra

Ficaram instalados no 34º andar do Hotel Intercontinental, no quarto 3416, e durante uma semana fizeram vida de turistas. Visitaram todos os pontos emblemáticos da cidade que nunca dorme, foram ao teatro, às compras nas melhores lojas até que no dia 7 de janeiro, quando já pouco faltava para o regresso a Portugal, o impensável aconteceu.

renato seabra
renato seabra


O CRIME QUE CHOCOU O MUNDO

A manhã tinha decorrido sem grandes percalços, mas algo aconteceu que terá originido aquilo que nos meses seguintes iria ser descrito, nas páginas de jornais, como um crime hediondo que chocou o mundo.

Carlos Castro
Carlos Castro Foto: Sérgio Lemos

Mais tarde, perante a Justiça americana, Seabra acabaria por confessar que houve uma discussão com Carlos Castro e que, a partir daí, tudo se precipitou. Nos autos da polícia é descrito como o modelo agrediu barbaramente Carlos Castro. Começou por fazer-lhe um nó no pescoço e arrastá-lo pelo chão. Depois, esfaqueou o cronista com o saca-rolhas com que o viria a mutilar, cortando-lhe o escroto e os testículos. Na confissão feita em tribunal, e que mais tarde viria a ser divulgada pela imprensa, pode-se ver-se a bárbara cronologia dos acontecimentos, descrita pelo jovem."O arguido afirmou que chegou a Nova Iorque a 29 de Dezembro de 2010, com Carlos. O arguido afirmou que a 7 de Janeiro de 2011, enquanto estavam no quarto 3416, o acusado e Carlos iniciaram uma discussão verbal que se transformou numa altercação física. O arguido afirmou que agarrou Carlos à volta do pescoço pelas suas costas e o arrastou, depois, pelo chão, enquanto pressionava a sua traqueia. O arguido afirmou que esfaqueou Carlos com um saca-rolhas na zona da virilha e na cara. O arguido afirmou que cortou os testículos de Carlos com esse saca-rolhas. O arguido afirmou que atingiu Carlos na cabeça com o monitor de um computador e que pisou a cara de Carlos, com os sapatos calçados. O arguido afirmou que atacou Carlos durante, pelo menos, uma hora. O arguido afirmou que, depois disso, despiu a roupa, tomou um duche, vestiu um fato e abandonou o quarto".

Carlos Castro e renato seabra
Carlos Castro e renato seabra

Foi nessa altura que encontrou Vanda Pires, amiga do cronista com quem tinham combinado encontrar-se e que estava a tentar ligar a Carlos Castro sem sucesso. De forma evasiva, Renato Seabra respondeu às perguntas de Vanda e avisou-a de que Carlos estava no quarto, seguindo de seguida do hotel.

"O arguido afirmou que encontrou a amiga de Carlos (referida pelo nome) e a sua filha, as quais perguntaram onde Carlos estava e o porquê de ele não responder aos seus vários telefonemas. O arguido afirmou que agiu de uma forma evasiva e que tentou ir-se embora, mas elas continuaram a questioná-lo sobre o paradeiro de Carlos e qual o quarto de hotel onde ele estava. O arguido afirmou depois que lhes disse qual era o quarto de hotel onde Carlos estava, deu-lhes o número de telefone desse mesmo quarto e abandonou de seguida o hotel. O arguido afirmou que andou a vaguear sem rumo nas redondezas, por algum tempo, entrando depois num táxi em Penn Station. O arguido afirmou que o taxista o levou até ao hospital St. Luke's Roosevelt."

Renato Seabra acabaria por confessar o crime mais tarde. Foi condenado a uma pena de 25 anos a perpétua, que ainda cumpre nos Estados Unidos, tendo-lhe sido negadas todas as pretensões de continuar a cumprir a pena em Portugal.

A TRISTEZA E AS VISITAS DA MÃE

De resto, poucos são os contactos que Seabra tem com o exterior. Chegou a trocar algumas cartas com uma jornalista a quem descreveu o seu estado de tristeza."Há dias que me sinto tão deprimido que não me apetece fazer nada. Nesta idade em que as pessoas fazem planos para a vida, eu somente posso rezar e pedir a Deus para fazer um milagre e reduzir a minha sentença. Se Deus quiser, vai acontecer algo de bom. Tem de se ter fé", escreveu, acrescentando: "Vou abaixo, choro, começo a pensar na pena que tenho de fazer, no sofrimento que a minha família tem, nos sonhos que tenho mas que se tornaram tão difíceis de acreditar. Tento manter-me ocupado", explicou no mesmo desabafo escrito à jornalista portuguesa.

Renato Seabra
Renato Seabra

Será em 2036 que Renato Seabra irá cumprir 25 anos de pena, e está agendada para setembro de 2035 a decisão sobre uma eventual liberdade condicional, para a qual contribuirá o bom comportamento do antigo modelo na prisão. A esperança de regressar ao seu país e aos braços da família é o que dá um propósito a Renato, cuja história ficará para sempre na memória de quem acompanhou as notícias daqueles fatídicos dias de janeiro.

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