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Emoção

A grande confissão: de lágrimas nos olhos, Goucha revive a sua vida ao lado da mãe, os sacrifícios e as alegrias, numa partilha emocionante da sua intimidade

As dificuldades que enfrentou ao longo da vida, as alegrias que lhe deu, os momentos e até as músicas "dos dois" que o marcaram para sempre... numa gravação longa, Manuel Luís Goucha partilhou com os fãs o que está a sentir naquele que é um dos momentos mais difíceis da sua vida: o da perda da mãe. A leitura da carta de despedida desta foi apenas uma parte desta longa confissão que vale a pena conhecer e que é a imagem do apresentador.
Por Luísa Jeremias | 17 de agosto de 2024 às 21:05
Funeral da mãe de Goucha
Funeral da mãe de Goucha
José Eduardo Moniz, Júlia Pinheiro, Manuel Luís Goucha
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José Eduardo Moniz, Júlia Pinheiro, Manuel Luís Goucha
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Funeral da mãe de Goucha
Funeral da mãe de Goucha
Funeral da mãe de Goucha
Funeral da mãe de Goucha

Havia algo a dizer "à cabeça" e Manuel Luís Goucha tratou de deixar isso claro: sim esteve ausente das redes sociais num momento em que precisava encontrar-se na sua intimidade, na sua perda, no seu eu. Tinha perdido a mãe, Maria de Lourdes, sua fortaleza, aos 101 anos. "Sempre entendi que a dor é muito íntima e não é partilhável", justificou agora. Isto porque, uma semana depois do adeus, Goucha decidiu agradecer aos fãs as mensagens - muitas e muitas - de carinho neste momento difícil. Fê-lo numa mensagem longa - de quase 10 minutos, nas suas redes sociais. Uma mensagem pesada, e que termina com imagens da senhora que o criou e que o apoiou em todos os momentos, mesmo os mais complicados, da sua vida. 

"Devido às minhas funções profissionais, sou uma figura conhecida há mais de 40 anos e tenho uma exposição pública maior que a maioria das pessoas. Desde que tenho redes sociais tenho partilhado momentos felizes da minha vida profissional e também momentos da minha vida pessoal, com o meu companheiro Rui, com quem estou há 25 anos", explicou Manuel Luís, no início do vídeo partilhado, com o pano de fundo de uma parede de livros na intimidade do seu escritório. "Estou muito grato à vida, por me ter dado a minha mãe durante 69 anos. Sinto-me um privilegiado", disse. "As memórias têm o poder de nos estrangular mas também de nos trazer alegria. Hoje sinto-me mais sereno para falar sobre a minha mãe, oito dias após a sua partida"


E a partir daí começa a descrição de quem foi Maria de Lourdes e de todas as alegrias - e também momentos mais difíceis que partilharam. 

E quem era Maria de Lourdes ? 

"Aparentemente não era uma mulher de afetos, de toque, de abraçar", explicou, garantindo que também ele não é. E justifica porquê: nasceu em 1923, viveu a segunda Grande Guerra e no que esta impactou o dia a dia de restrições em Portugal, apredeu a viver com pouco, mas nunca perdeu o gosto pelos livros e pela leitura, Mais: enfrentou o o avô Manuel "que estoirou o património nas mulheres e no jogo", de quem Goucha não tem memória mas de quem herdou "este requebro na orelha", brinca. 

"Rasgava a noite a ler romances, gostava muito de cinema", recorda. "Eram sagradas as matinés na RTP. Chorávamos muito se o filme fosse de drama  e foi com ela que vi o meu primeiro filme para 9 anos". 'My Fair Lady'. Ainda hoje, Goucha trauteia aquela música e recorda esse dia - "o filme da minha vida". 

"Tinha mãos talentosas para malhas", recorda ainda descrever as camisolas "mais bonitas do liceu e da escola primária" e também para "cuidar de outras mãos", conta recordando a profissão de toda a vida da mãe: manicure, quer em Coimbra quer em Lisboa. Nunca quis que faltasse nada aos filhos - "sobretudo instrução" - e não se coibia de oferecer um chocolatinho ao fim de semana. "Queria que andássemos sempre impecáveis". Goucha nunca perdeu esse gosto, como é sabido. "A minha mãe queria que fosse advogado" e o apresentador chegou a ir para Direito, embora a sua vocação para as artes e a comunicação o tenham levado a abandonar a faculdade cedo.

"Era uma reblede e livre num mundo onde as mulheres não tinham os mesmos direitos que os homens. Talvez a frase que mais escutei ao longo da vida foi 'Ninguém manda em mim'. E realmente não mandava. Era indomável", afirma, emocionado. "Foi senhora da sua vida e foi senhora da sua morte. Morreu aos 101 anos, tal como queria, serenamente, na sua casa e na sua cama". 

Goucha conta que a mãe estava lúcida, embora com pouca capacidade de locomoção. E até na hora do adeus conseguiu surpreender os filhos. Com a carta que ninguém esperava, escrita a 8 de junho de 2003 - 11 anos antes. 

A carta "de amor" do adeus 

Só um neto - filho do irmão - sabia da carta misteriosa deixada por Maria de Lourdes. "Quando este neto saía da escola ia para casa dela e passava toda a tarde com ela. Mesmo no tempo da faculdade o neto ia dormir a casa da avó", justifica. 

A verdade é que, na véspera de escrever a carta, Maria de Lourdes ter-se-á sentido mal e decidido escrever a carta. Filipe, o neto, que sabia da sua existência, esqueceu-se. E só depois do funeral a partilhou com o pai e o tio Manuel Luís. A carta de amor. "O amor que nunca havia verbalizado", conclui o filho. 

É este texto que Goucha tem coragem e coração para partilhar nas redes sociais. Carta na mão, óculos colocados, num momento de extrema intimidade no qual Maria de Lourdes anuncia os seus últimos desejos: ser cremada, que as suas cinzas sejam deitadas ao mar - porque "sou da terra dos pescadores", escreve. "Peço-vos que não sofram com a minha partida", pede, numa declaração de amor de carinho extremo. "Sejam amigos e de vez em quando mandem-me um beijo que eu recebo onde estiver e também vos mandarei muitos". 

Goucha termina o vídeo com uma última revelação: "tenho a certeza que me vou surpreender muito mais porque há muitas histórias que ela partilhou só com o Rui [Oliveira, o marido]". Histórias que provavelmente nunca conhecerá, por respeito de Goucha à sogra, Mas que interessa isso, se é de amor que se fala? 

Goucha regressa domingo, para mais uma gala do Dilema porque, como a mãe sabia (e queria), "o show tem de continuar". 

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