Maria João Abreu, de 57 anos, foi cremada este sábado ao fim da tarde, após um velório que durou todo o dia na igreja São João de Deus.
A saída do caixão rumo ao cemitério do Alto de São João foi um momento de enorme emotividade, com centenas de pessoas a quererem dar um último adeus àquela que é uma das mais queridas atrizes portuguesas. Ouviram-se palmas, o maior agradecimento que um artista pode receber.
A polícia foi obrigada mesmo a cortar o trânsito em várias ruas face à elevada presença de fãs de Maria João Abreu durante o percurso.
O caixão da atriz foi assinado por amigos e familiares com mensagens de amor. De facto não faltaram amigos na despedida de Maria João Abreu. Contudo, apenas uma mão cheia sabia que João não estava bem. E há já algum tempo, como recorda Rosa do Canto. "Sabia que ela tinha problemas de saúde. Porque se andava a queixar desde o 'Golpe de Sorte'" Conta a amiga de longa data. "Mas ela culpava o cansaço porque fazer um protagonista não e fácil. Mas ela não adivinhava no que ia dar" acrescenta a atriz.
João Carvalho, filho do ator Ruy de Carvalho, e que perdeu a mulher também devido a um aneurisma acha que Maria João se descuidou e que "devia ter ido ver o que tinha... mas nunca tinha tempo".
Palavras idênticas às de Io Appolloni. "Isto tudo aconteceu porque ela não cuidava dela: eram os netos, os filhos, a novela, o teatro, não tinha tempo para pensar nela própria e desleixou-se. E por isso aconteceu o que aconteceu" disse a atriz de origem italiana, sublinhando que já sentia Maria João doente há algum tempo: "Sim, sim... Ultimamente quando falei com ela estava doente. Ela era responsável por tudo, era tudo em cima dela, porque ela gostava de tomar conta de tudo. E depois passou pelo drama da Covid-19, da morte do pai, da vigarice que afetou também o meu filho e isso tudo não sei se não ajudou. Não pensou que tinha que ir ao médico, ver das dores de cabeça... ela não tinha tempo porque tinha demasiado trabalho, demasiadas coisas. Havia sempre algo primeiro".
