Abandonado pelas televisões desde 2019, Ângelo Torres, de 51 anos de idade, deu uma entrevista à 'TV Guia', onde lamenta que nunca mais o tenham chamado a fazer qualquer novela ou projeto de ficção. "Desde que fiz 'A Herdeira', nunca mais a TVI me disse nada", disse o ator africano, que brilhou a grande altura em 'A Única Mulher' e 'Ouro Verde', ambas da estação de Queluz de Baixo. E acrescentou, revoltado: "Perguntem à RTP, à SIC e à TVI. Não sei a razão de não me chamarem. O que sei é que, por muito que digam o contrário, não há representatividade nas novelas. Pretos, chineses, muçulmanos? Onde estão? Nem todos podemos ser bonitos, de olhos azuis..."
Ângelo Torres considera mesmo a RTP "a principal culpada" por estar no desemprego, porque é um canal estatal. "Deviam estar atentos a isso. Os outros seguem atrás." Agora, depois destas palavras de desilusão e amargura, que geraram inicialmente algum apoio à sua situação dramática, o ator começou a ser atacado por vários seguidores, no Instagram da 'TV Guia'.
"Onde estão os pretos?" Ai, eu sou preto e fiquei sem trabalho! Oh, amigo, é um cidadão com uma profissão como as outras e deve ser tratado como qualquer outro cidadão. Teve problemas no joelho? Olhe, também tive, e até deixei de poder fazer o meu desporto. Mas não deixei de trabalhar. Não arranja trabalho? Vá procurar, se não pode ser numa área, procure noutra em que seja rentável ou permita a mobilidade adequada assim. É o mal desta sociedade, uns andarem sempre ao colo e outros terem de andar à procura. Faça o mesmo. Faça-se à vida!", escreveu Diogo Cordeiro. "Bom ator, mas vir com a palhaçada do racismo, não", disse outro.
A maioria dos comentários contraria, aliás, a tese de que Ângelo Torres está a ser vítima de racismo. "Assim como ele estão outros atores sem trabalho, independentemente da cor da pele!", argumenta Liliana Rodrigues, logo apoiada por Magda Lopes: "Agora é tudo racismo. Não há paciência!" José Mário deixa uma questão: "E, nas novelas angolanas, onde estão os brancos? Por favor..." Manuela Oliveira recorda: "Está como tantos brancos deste país, desempregados! Aqui não há raças."
