Sérgio Conceição abriu o coração em entrevista ao jornal La Gazzetta dello Sport, falando sobre a fé que o move e a sua família. O treinador, de 51 anos, garante que a fé é “uma parte fundamental” da sua vida.
“Sou católico praticante. Aqui [na Arábia Saudita, onde treina o Al-Ittihad Club] não posso, mas em Milão ia à igreja todos os dias”, revela.
“Perdi o meu pai aos 16 anos num acidente de mota, perdi a minha mãe aos 18 depois de uma longa doença, e depois perdi um irmão. Eu era o sétimo de oito. A fé deu-me força e paz de espírito", afirma.
"Quero mostrar aos meus pais que estou aqui e que alcancei todos os meus sonhos. Mas dentro de mim, aqui escondido, existe e vai sempre existir algo negro, como uma sombra”, desabafou ainda, acrescentando que "reza pelos pais todos os dias" e que terá sempre “um buraco” dentro de si, já que nunca será “completamente feliz sem os pais”.
Ainda assim, Conceição reconhece que os cinco filhos acabam por ocupar um bocadinho desse “buraco” e garante que se fala de futebol “o mínimo possível”, apesar dos cinco rapazes serem também jogadores.
“O Francisco estreou-se profissionalmente comigo, em Portugal. Em 2020, durante o confinamento, disse-lhe: ‘Se tiveres fome bebe água’, porque estava a ficar um bocadinho gordinho. Fazer a diferença exige sacrifício e uma boa mentalidade. Se pudesse, emprestava-lhe a minha fome. Não que ele não a tenha, pelo contrário, mas aos 16 anos eu levava dinheiro para casa para podermos comer. Era diferente. Mas sempre acreditei nele e ele também acredita nele”, explica.
