
Os belgas têm uma família real discreta que tenta seguir as normas e evitando confusões. Só que o reinado de Alberto II, o pai do atual monarca da Bélgica, Philippe, acabou por ficar marcado por um imenso escândalo: foi obrigado a reconhecer como legítima uma filha nascida fora do casamento, Delphine de seu nome.
Em 2020 nada mais restou a Alberto II senão a ceder ao processo de reconhecimento da paternidade da artista plástica Delphine Boel, de 51 anos, após a divulgação dos resultados do teste de ADN. Os advogados do pai do rei Philippe divulgaram um comunicado afirmando que "as conclusões [do teste de ADN] indicam que ele é o pai biológico".
Delphine começou a luta em tribunal em 2015, argumentando que a sua mãe, Sibila de Sélys Longchamps, teve um longo romance extraconjugal com Alberto II entre as décadas de 1960 e 1970, altura em que o então príncipe herdeiro era casado há pouco tempo com Paula Ruffo di Calabria, agora ex-rainha.
Depois de ser reconhecida como filha legítima, foi dado à artista plástica o título de princesa. Só que três anos depois de tudo isto, a irmã de Philippe vem dizer "Basta". Ela considera que continua à margem da família. Exige ser tratada com o mesmo "respeito" que os seus meios-irmãos Astrid e Laurent, irmãos mais novos do rei belga.
Isso significa que Delphine teria de ser convidada para todos os atos de Estado e não apenas para as comemorações do Dia Nacional da Bélgica. A princesa não vai permitir que continue a ser ignorada e não seja verdadeiramente aceite não só pela sua nova família como por todas as instituições oficiais.