O rei emérito Juan Carlos I enfrenta uma fase delicada da vida. Aos 87 anos, a sua saúde tem-se deteriorado visivelmente e os sinais de fragilidade são cada vez mais evidentes nas raras aparições públicas, estando maioritariamente relacionados com a sua mobilidade: caminha com dificuldade, apoia-se numa bengala, mas recusa-se a ser visto numa cadeira de rodas.
Até agora encontrava-se exilado na capital dos Emirados Árabes Unidos, em Abu Dhabi, mas dada a sua atual mobilidade reduzida e a distância de Espanha que obriga a longas viagens de avião, esta opção tornou-se pouco viável. Surge assim Portugal como a solução mais prática e discreta: próximo de Espanha, mas longe do escrutínio intenso da imprensa espanhola.
Depois de várias visitas ao nosso país, Juan Carlos decidiu fixar-se em Cascais, e a casa já está escolhida. Trata-se de uma mansão de luxo com vista para o mar, atualmente em remodelações profundas para se adaptar ao seu frágil estado físico. De acordo com o 'El Nacional' estão a ser instaladas rampas, corrimões e zonas de passagem alargadas, para garantir uma maior acessibilidade.
Apesar das limitações, o pai de Felipe VI não quis delegar a supervisão da obra. Visitou pessoalmente o local, numa deslocação privada feita a partir de Sanxenxo, onde se encontra há algumas semanas. Juan Carlos quer garantir que tudo está preparado para a mudança definitiva, que deverá acontecer ainda este mês.
Recorde-se que o rei emérito já viveu em Cascais durante a sua juventude e mantém por cá muitos amigos, entre eles Francisco Pinto Balsemão, as famílias Pereira Coutinho e Espírito Santo, e até o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa. Ainda considerou voltar em 2020, mas na altura as condições que Abu Dhabi lhe oferecia eram mais apelativas.
