'
FLASH!
Verão 2025
Compre aqui em Epaper
Entrevista

Como é possível? José Wallenstein conta tudo: "Recorri ao subsídio de desemprego, que ajudou a pagar as contas básicas..."

Drama de saúde e pandemia obrigaram ator consagrado, de 63 anos de idade, a afastar-se da TV durante dois anos e a viver dias difíceis. Abre agora o coração, sem tabus de nada.
Por Hugo Alves | 06 de maio de 2023 às 10:52
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein
pub
José Wallenstein
José Wallenstein e Filipa Galante à entrada do Tribunal de Torres Vedras
José Wallenstein
pub
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein
José Wallenstein
José Wallenstein e Filipa Galante à entrada do Tribunal de Torres Vedras
José Wallenstein
José Wallenstein, Filipa Galante
José Wallenstein, Filipa Galante

Numa grande entrevista à 'TV Guia' desta semana, José Wallenstein assume que falhou numa coisa: não conseguir fazer o mesmo que os pais, ter uma família que sobrevivesse aos altos e baixos de uma relação. Isso, porém, não o faz desistir de nada, embora tenha já dois filhos, Laura e António, que hoje lhe roubam tempo para voltar a namorar. "Eles são a minha maior obra de arte, a melhor que algum dia possa realizar." Mas há mais coisas extraordinárias para saber deste homem, que responde a tudo, sem tabus. O consagrado ator, de 63 anos de idade, fala do seu drama de saúde e da pandemia que o obrigaram a afastar-se da TV durante dois anos.

Estava afastado da ficção nacional...

[Interrompe] Há dois anos e meio. Estava a começar a fazer uma novela na Plural, 'Amar Demais', quando chegou a pandemia e eu, devido a algumas debilidades que tenho, fui aconselhado pelos médicos, enquanto não aparecesse a vacina, a isolar-me o mais possível. Foi o que eu fiz.

Foi difícil?

Claro! O isolamento, a distância dos meus filhos... Porque, na altura, dizia-se que as crianças eram potenciais propagadores... A solidão não foi fácil.

Sentiu-se sozinho?

Sim, muito! Porque me fechei em casa e levei, mesmo a sério, todas as medidas.

Mas que problema de saúde é esse de que sofre?

Uma deficiência pulmonar. Não é crónica, mas também estava-se no início da pandemia e tudo assustava. Só me acalmei um bocadinho quando tomei a primeira vacina. Mas foram dias difíceis.

Nunca relaxou?

Sim, claro. Aproveitei para fazer coisas que não fazia há imenso tempo, por causa de trabalho: li imenso, vi filmes... O meu único senão era só comunicar com os meus filhos, por WhatsApp. Era uma coisa triste. Depois, eventualmente, e quando estávamos naquela fase dos problemas das mudanças de concelhos, mudei-me para um parque de campismo, o 'Charuto', perto de Torres Vedras, para estar mais perto do António. Um espaço totalmente isolado, na Maceira, que ficava a 7 quilómetros da casa onde o meu filho vivia com a mãe. E foi ali que fiquei, numa cabana de madeira, que foi minha mês e meio. Na altura, só me dava com o dono, que tinha também uma mercearia, de quem acabei por ficar amigo e com quem joguei imenso ténis.

Descobriu-se?

Sim, percebi que sou mais resiliente. Porque vivi aquela experiência louca com tranquilidade. Houve quem tivesse perdido a cabeça. Eu, sabe-se lá como, não. Aprendi a estar comigo. Talvez porque estive mesmo sozinho durante muito tempo. Foi uma experiência diferente.

Tomou as vacinas contra a Covid, mas não foi logo trabalhar...

Estava com muito receio. Porque, depois de dois anos e meio parado, senti que não ia ser fácil. A seguir, tive este convite para a Flor sem Tempo e aceitei. Mas avisei logo o diretor de atores que eu estava enferrujado! Tanto que, antes de começar os ensaios, pus-me em casa a decorar peças que já tinha feito para ver se a memória estava lá. Posso dizer que foram todos espetaculares comigo e digo já que adoro trabalhar com a SP Televisão.

Foi cara da TVI durante quase 15 anos. O que o fez mudar-se para a SIC?

A oportunidade. Há algum tempo que já não era exclusivo da TVI, trabalhava ao projeto. A SP Televisão fez-me o desafio, gostei logo das pessoas com quem ia trabalhar e aceitei. O ator depende de onde o telefone toca... De facto, comecei a fazer novelas na TVI e houve sempre da minha parte lealdade, fidelidade, compromisso, porque fui muito bem tratado. Mas sem contrato e com esta oportunidade...

Vê-se a ficar na SP Televisão ou, neste momento, vai para onde lhe oferecerem trabalho?

Vai depender das propostas. Também tenho os meus projetos, como encenador, mas, neste momento, a situação na cultura não está fácil... E não me apetece encenar sem condições e pagar miseravelmente. Portanto, estou mais virado para o cinema e televisão.

Vamos ver.

Os dois anos sem trabalho foram-lhe à carteira?

Felizmente, tinha reservas que deram para me aguentar com alguma contenção. Depois, recorri ao subsídio de desemprego, que ajudou a pagar as contas básicas... Mas estava sempre preocupado, a ver quando é que a situação se resolvia.

Ler a entrevista completa de José Wallestein, a brilhar na novela 'Flor Sem Tempo', da SIC, na 'TV Guia' desta semana.

você vai gostar de...


Subscrever Subscreva a newsletter e receba diariamente todas as noticias de forma confortável