
Na gala do ‘Big Brother Famosos’ foi exibida a ‘Curva da Vida’ de Daniel Kenedy. P antigo futebolista de Benfica, FC Porto e PSG, lavado em lágrimas, descreveu o momento em que ficou de fora do Campeonato do Mundo de 2002, na Coreia do Sul e Japão, devido a um teste antidoping positivo e como isso o levou ao vício no jogo.
"Aqui é o começo de tudo. Tudo de bom e tudo de mau", começa por dizer apontando para a época 2001/02. Visivelmente emocionado, conta: "Nessas férias, antes de ir para o Marítimo, fui procurar um doutor muito conhecido, porque eu tinha problemas de peso, engordava facilmente, e tomava comprimidos para emagrecer."
"Acaba a época e sou o melhor jogador em Portugal. Mundial 2002: sai a convocatória e eu nunca tinha ido à seleção, eu tinha uma esperança de ser chamado. Foi o tempo de ele dizer ‘Club Sport Marítimo, Kenedy’. Talvez a maior alegria da minha vida. Estava entre os melhores", relata.
Foi no estágio da seleção nacional em Macau, no final de maio, que o pesadelo começou: "No terceiro dia à ida, acordam-me de madrugada: ‘Tens que ir embora.’ Nos exames, aparece uma substância que eu nunca ouvi falar na minha vida, furosemida. Não sabia o que se estava a passar, até hoje não sei. Eu tomava produtos para emagrecer… estava no Paraíso e já tinha voltado ao Inferno. Fiquei um ano sem jogar, separei-me. Só queria estar sozinho, tinha acabado tudo para mim. Perdi a alegria." Depois disto, Daniel Kenedy nunca chegou a envergar a camisola da seleção nacional A.
Tudo isto redundou num vício que acabaria por marcar o resto da sua vida: "E numa brincadeira, vou ao casino, queria mostrar às pessoas à minha volta que estava bem, mas não estava. As minhas idas ao casino começam a ser quase todos os dias durante muito tempo. Não tenho vergonha de o dizer, endividei-me. Até que em 2017 pedi ajuda à minha tia Nanda, saí da minha casa para a casa da minha tia, era lá que me sentia protegido, em mais lado nenhum. Tinha vergonha de mim."
No regresso à sala, Cristina Ferreira refere ter ficado emocionada com o relato do ex-jogador de futebol, tendo colocado o hino nacional, tradicionalmente tocado antes dos jogos da seleção, a soar na casa da Malveira, enquanto Kenedy era abraçado pelos seus companheiros, sob o olhar do antigo colega de equipa Paulo Futre.