Nesta segunda-feira, 25, caiu a "bomba", com o Ministério Público a formalizar a acusação a José Castelo Branco pelo crime de violência doméstica contra a ainda mulher, Betty Grafstein.
Na acusação do Ministério Público pode ler-se que o português "atuou com o propósito concretizado de maltratar" a mulher, de 95 anos, havendo a convicção de que as agressões foram perpetuadas ao longo de todo o período de casamento, sendo que os dois passaram praticamente 28 anos juntos.
Este processo foi desencadeado por Marcella Fernandes, a 'misteriosa' empresária moçambicana, ex-amiga de José Castelo Branco, que se tornou próxima de Betty Grafstein quando a milionária norte-americana esteve internada na CUF Cascais, antes de 'fugir' para Nova Iorque, com a ajuda do filho, Roger Basile.
Marcella esteve no programa 'TVI - Em Cima da Hora', do início da tarde desta terça-feira, 26, e esclareceu vários pontos deste polémico processo. "Avancei rapidamente. Percebi logo o que se passava. E, depois da queda, já toda a gente percebeu o que se passava. Não cheguei a um mês (para perceber)", garantiu a empresária, justificando a rapidez da sua denúncia às autoridades.
Para isso terá também ajudado experiências passadas: "Já fui vítima de violência doméstica. Apercebemo-nos do que se passa próximo de nós. O caso da Betty mostrou que a vítima, com a estrutura certa e os apoios e, claro, não ter vergonha de pedir ajuda à comunidade nem às pessoas próximas dela, que conseguimos realmente ajudar as pessoas."
Ao longo destes meses de polémica e de trocas de acusações, José Castelo Branco terá feito algumas insinuações pelo caminho de que Marcella teria recebido dinheiro de Roger Basile, o filho de Betty Grafstein a viver nos Estados Unidos, para separar a mãe do socialite português.
Marcella Fernandes fez questão de esclarecer. "Isso foi o José Castelo Branco que disse. O Castelo Branco julga os outros por aquilo que ele é", começou por apontar a empresária moçambicana. "O pagamento que o Roger me fez foi perdoar a mãe. Para um filho é muito difícil aceitar que a mãe está em certas circunstâncias e tentar ajudá-la durante anos e não conseguir tirá-la ou ela não conseguir sair. Tive várias conversas, como filha também de alguém, e disse: 'Roger, chegou o momento de perdoar a tua mãe. É tudo o que eu quero de ti, e ajudo-te até ao fim'. Portanto, se isto é um pagamento, aceitei com muito grado. Não há dinheiro envolvido. Não pode haver dinheiro que não existe", garantiu Marcella.
Em todo este processo, o que chocou mais a empresária, proprietária do Glitter's Gallery, foi o "despeito e insensibilidade que o sr. Cartelo Branco tem sobre toda a situação", aponta. "Mesmo sabendo quem é e o que fez, continua, ainda hoje, a negar-se a si mesmo, o agressor que ele é", considera a moçambicana que, desde que saiu a formalisação da acusação do Ministério Público, tem sido confrontada com a pergunta se ficou feliz com a decisão. "A minha resposta é não, porque, para eu estar nesta posição, é porque existe uma agressão, e acho que isto não traz felicidade a ninguém", lamenta.
"Mas sim, acreditei, desde o primeiro momento que decidi ajudar Betty, que a Justiça portuguesa faria o que tinha de ser feito. E isto não é vencer a guerra, é uma batalha. Mas acredito que ele, como figura pública e, de certa forma, para muitas pessoas, intocável, ter sido acusado é satisfatório, para mim e para muitas mais vítimas de violência doméstica", congratula-se Marcella Fernandes, que confirmou ainda que tem uma queixa-crime formalizada contra José Castelo Branco.
