
Herman José está prestes a celebrar 70 anos de vida. O humorista assopra as velas no dia 19 de março e tem na bagagem uma carreira longa e de muito sucesso. Mas nem tudo correu bem, como dá conta. Mudava algumas coisas, nomeadamente durante o tempo em que esteve na SIC e precisou de lutar por audiências. E garante que há limites para o humor.
É uma pergunta recorrente aos humoristas. Há limites para o humor? "Os limites dependem das circunstâncias", atira Herman José, em declarações à 'Nova Gente'. "Se eu não fosse gordito também, não te fazia gordito [no Arrastadeira Vermelha]. Se fosse magro, eu não faria uma pessoa com peso a mais, que não consegue combater tanto como gostaria, porque a vida é assim. Agora, se estamos os dois no mesmo barco, então deixa-me lá fazer de ti porque também tenho barriga. Essas nuances são decisivas. Há muita gente que não tem essa sensiblidade", explica Herman em conversa com Nuno Azinheira, um dos comentadores do 'Passadeira Vermelha' e que já foi alvo de imitação do humorista nos seus programas na RTP.
Explicou quais os humoristas que, acredita, "estão num campeonato à parte", elogiando aquilo que fazem e com sucesso. Mas lamenta que há muitos sem "sensibilidade". "Há. Tem todo o direito de existir, claro, mas eu também tenho o direito de não gostar particularmente. Como calculas não vou estar aqui a apontar nomes, mas tenho que dizer três excepções para que não fiquem quaisquer dúvidas. Tanto a Joana Marques, na Renascença, como o Ricardo Araújo Pereira, na SIC, como o César Mourão, quando está no meio das pessoas no seu programa, são honrosas excepções deste conceito. Estão num campeonato à parte. Depois há muita gente que pratica um humor gratuito e ofensivo e isso não me dá qualquer vontade de rir", lamenta, em entrevista naquela publicação.