
O subsídio do Estado no valor de 50 mil euros recebido por José Cid para a gravação do seu novo álbum ‘Vozes do Além’ foi alvo de muitas críticas vindas do setor musical – uma das vozes contestatárias foi a de Miguel Ribeiro, pivô da SIC Notícias e vocalista dos The Happy Mess, que utilizou o Facebook para se revoltar contra a "injustiça que se repete quando centenas de projetos estão a fazer a mesma travessia no deserto e não conseguem ter essa boia de salvação."
José Cid reagiu agora à polémica: "Era impossível fazer este álbum sem esse valor, é um duplo vinil, vai levar uma pen, e é um trabalho de masterização e fabricação caríssimo, porque é feito no estrangeiro", começou por dizer à SIC o artista de 79 anos, antes de assinalar que até pediu um valor mais elevado do que aquele que lhe fora atribuído no âmbito do projeto Garantir Cultura – mais concretamente de 78 mil euros.
José Cid acrescentou: "A verdade é que, meninos e meninas, este subsídio não é feito para comprar um automóvel novo ou para passar férias nas Caraíbas com a minha mulher, é para trabalhar e recompensar o meu trabalho que estive ano e meio fechado num estúdio a gravar um álbum de rock sinfónico", acrescentando que "houve muitas reações positivas, se houve negativas problemas deles, mordam-se e morram envenenados." O músico agradeceu também as palavras de apoio do colega Fernando Daniel que pediu aos portugueses para "canalizarem melhor a indignação", esclarecendo que os fundos enviados não financiarão apenas o artista, mas também para uma equipa que terá mais "músicos e técnicos".
O Ministério da Cultura aprovou, garante a SIC, centenas de projetos numa iniciativa cuja soma total das distribuições chegará aos 30 milhões de euros. O projeto, que já estava a ser pensado desde os anos 90, de acordo com o próprio José Cid, terá letras baseadas na poesia de Sophia Mello Breyner, Natália Correia e Garcia Lorca.